Kamala fala sobre união, aborto e passado criminal de Trump em 1º discurso em comício
Vice-presidente dos EUA participou de evento em Wisconsin, nesta terça-feira, 23, dois dias após desistência de Joe Biden
A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, fez o seu 1º discurso em comício na cidade de Milwaukee, em Wisconsin, nesta terça-feira, 23, dois dias após desistência de Joe Biden da disputa presidencial. A democrata usou o seu histórico como ex-promotora para afirmar que tem experiência em responsabilizar criminosos, pessoas "como Donald Trump".
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
"Antes de ser senadora ou vice-presidente, eu fui promotora. Lá, eu lidei com todos os tipos de criminosos. Predadores que abusam de mulheres, fraudadores que roubavam consumidores, pessoas que quebravam as regras para o seu ganho próprio. Então, prestem atenção no que eu digo, eu conheço pessoas como Donald Trump", disse Kamala.
Na sequência, ela lembrou a condenação criminal de Trump. "Eu enfrentei bancos de Wall Street que cometeram fraude. Donald Trump foi considerado culpado por fraude. Mas não vamos esquecer que essa campanha não é apenas sobre nós contra Trump, essa campanha é sobre por quem lutamos. Ela mostra dois tipos de visões, uma focada no futuro e outra no passado."
Kamala também criticou o projeto 2025 de Trump e falou sobre o direito ao aborto, defendendo o "direito das mulheres sobre os seus corpos" e apoiando uma possívei lei para restaurar as liberdades reprodutivas. "Quando o Congresso aprovar uma lei para restaurar as liberdades reprodutivas, como presidente dos Estados Unidos, eu a sancionarei".
Mais cedo, a pesquisa Reuters/Ipsos revelou que Kamala Harris aparece numericamente à frente com 44% das intenções de voto, mas tecnicamente empatada com Trump, que tem 42%. A diferença está dentro da margem de erro, que é de 3 pontos percentuais.
Elogio a Biden e união
"Tem sido uma das maiores honras da minha vida servir como vice-presidente de Joe Biden. Somos todos muito gratos pela sua dedicação à nação. E é uma grande honra ter o apoio de Joe Biden nesta corrida. Estou muito honrada. Prometo passar as próximas unindo o nosso partido para vencermos em novembro", disse.
"O caminho para a Casa Branca passa por Wisconsin. E para vencer no estado contamos com vocês aqui de Milwaukee, vocês nos ajudaram a vencer em 2020 e, em 2024, nós vamos vencer novamente. Temos 105 dias até a eleição e temos trabalho para fazer, mas nós não temos medo de trabalho duro e iremos vencer essa eleição", afirmou.
Desistência de Biden
O presidente Joe Biden anunciou a desistência de disputar as eleições presidenciais nos EUA no domingo, 21. Em uma postagem nas redes sociais, Biden declarou seu "total apoio e endosso para que Kamala seja a candidata de nosso partido este ano" e acrescentou: "Democratas — é hora de nos unirmos e derrotar Trump. Vamos fazer isso." Atual vice-presidente dos EUA, Kamala Harris foi a primeira mulher a ocupar esse cargo.
A vice-presidente respondeu ao apoio de Joe Biden dizendo que fará "tudo ao meu alcance para unir o Partido Democrata - e unir nossa nação - para derrotar Donald Trump e sua agenda extrema".
A chapa do Partido Democrata deve ser oficializada na Convenção Nacional da agremiação, em 19 de agosto. Mas as especulações sobre quem representará a legenda na disputa contra o ex-presidente Donald Trump estão a todo vapor.
Kamala Harris é o nome que ganhou mais força até o momento. Gretchen Whitmer, governadora de Michigan, e Gavin Newsom, governador da Califórnia, tinham sido indicados como possíveis opções antes do anúncio oficial da desistência de Biden.
Newsom publicou uma mensagem de apoio a Kamala após a divulgação da decisão do presidente. Gretchen saudou a decisão de Biden, mas não deixou claro se tentará a nomeação.
Após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desistir da candidatura à reeleição, as doações para os democratas dispararam. A campanha online arrecadou em torno de US$ 50 milhões (cerca de R$ 280 milhões, na cotação atual) somente no domingo, 21, conforme a ActBlue, plataforma de arrecadação de fundos do partido. Foi o maior dia de arrecadação dos democratas em quatro anos, desde a eleição de 2020. Até então, a campanha tinha cerca de US$ 96 milhões (R$ 538 milhões) em caixa.