Morte de ‘esquilo celebridade’ nos EUA virou tema de campanha de Trump; entenda
Peanut, que tinha mais de 800 mil seguidores, era criado por um norte-americano há 7 anos e foi sacrificado após ser apreendido
Durante a campanha presidencial de 2024, Donald Trump, eleito presidente dos Estados Unidos, contou com o apoio de várias figuras excêntricas na disputa contra Kamala Harris. Entre seus maiores apoiadores estava Elon Musk, proprietário do X (antigo Twitter) e da Tesla. E o mais curioso é que o bilionário adotou a morte de um esquilo como símbolo para mobilizar o eleitorado republicano.
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Peanut, um esquilo que se tornou famoso nas redes sociais, acumulava mais de 800 mil seguidores. Seu dono, Mark Longo, do Estado de Nova York, cuidava de Peanut desde que a mãe do animal morreu atropelada há sete anos.
Mark Longo compartilhava vídeos no Instagram e no TikTok, onde mostrava momentos de amizade e diversão com o animalzinho. Esses conteúdos retratavam a relação entre ele e o esquilo, junto com outro animal resgatado, um guaxinim chamado Fred. Inspirados nessa experiência, Longo e sua esposa, Daniela, criaram um refúgio para animais.
Além disso, Peanut se tornou um meio de divulgação dos conteúdos adultos que o casal publicava no site OnlyFans, onde Mark Longo se identificava como "Pai do Esquilo."
No dia 3 de setembro, Peanut foi sacrificado após ser apreendido por autoridades locais. O Departamento de Conservação Ambiental de Nova York (NYSDEC) afirmou ter recebido denúncias anônimas sobre a situação do animal. Sem uma permissão oficial para cuidar de animais silvestres, Mark Longo foi obrigado a entregar o esquilo e o guaxinim aos fiscais. Suas tentativas de argumentar que eram animais de estimação foram em vão.
Peanut e Fred tiveram um fim trágico: ambos foram sacrificados, após Peanut ter mordido um dos agentes. A justificativa apresentada foi o suposto risco de ambos transmitirem raiva.
A morte de Peanut gerou uma grande comoção entre diferentes setores da sociedade norte-americana, incluindo celebridades.
"Acabei de ouvir sobre #PeanutTheSquirrel", escreveu o ator William Shatner no X. Famoso por seu papel como o Capitão Kirk na série de ficção científica Star Trek, Shatner acrescentou: "Ele tinha 7 anos e foi um animal de estimação por 7 anos. Como ele poderia ser considerado um animal selvagem quando tudo o que ele sabia era ser um animal de estimação? Que vergonha do @NYSDEC."
Elon Musk foi uma das pessoas que se manifestou, criticando o episódio. “O governo não deve ter permissão para invadir sua casa e matar seu animal de estimação! Isso é uma bagunça”, postou Musk. “Mesmo que seja ilegal ter um esquilo de estimação (o que não deveria ser), por que matar PNut em vez de simplesmente soltá-lo na floresta!?”
O vice-presidente eleito, J.D. Vance, também comentou o caso em um comício realizado no último domingo, 3, em Sanford, na Carolina do Norte. “O mesmo governo que não se importa com centenas de milhares de criminosos imigrantes ilegais que entram em nosso país, não quer que tenhamos animais de estimação. É a coisa mais louca”, afirmou.
A campanha de Trump argumentou que o sacrifício do esquilo foi desnecessário e conduzido por burocratas alinhados ao partido Democrata, que governa o Estado de Nova York, o mesmo partido de Kamala Harris, sua então oponente na corrida presidencial. Elon Musk ainda publicou no X que Peanut era como um Jedi da saga Star Wars: “mais forte morto do que vivo.”
O triste fim envolvendo Peanut também levou ao surgimento de criptomoedas temáticas, como a memecoin Peanut the Squirrel (PNUT), baseada na blockchain Solana, que alcançou uma capitalização de mercado superior a US$ 140 milhões no último fim de semana.