Passaporte apreendido: Bolsonaro precisará de autorização do STF para ir à posse de Trump nos EUA
O documento foi retido em fevereiro, no curso da operação da PF que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado
Apoiador de Donald Trump, Jair Bolsonaro (PL) pode ser impedido de ir à posse do republicano, marcada para 20 de janeiro de 2025, em Washington. Isso porque o passaporte do ex-presidente está apreendido por ordem do ministro Alexandre de Moraes. A viagem só poderá ser feita com autorização do Supremo Tribunal Federal.
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O passaporte de Bolsonaro foi retido em fevereiro, no curso da operação da Polícia Federal que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado por parte dele e de seus aliados. A decisão da Primeira Turma do STF também proibiu que o político se comunique com outros investigados, como o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
O ex-presidente chegou a solicitar a devolução do documento, mas foi rejeitado. Em outubro, os recursos foram negados de maneira unânime pelo Supremo. Na decisão, o relator do caso, Alexandre de Moraes, definiu a medida como necessária para evitar uma possível fuga do país.
O inquérito sobre os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023, pelo qual Bolsonaro é investigado, poderá ser concluído ainda neste mês. Em coletiva, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, estipulou o prazo para o final de novembro.
No entanto, não se sabe se a decisão sobre o passaporte do ex-presidente mudará até a posse de Donald Trump.
Bolsonaro fez campanha para Trump
O presidente eleito dos Estados Unidos governou o país entre 2017 e 2021, quando Jair Bolsonaro também era presidente do Brasil. O político brasileiro nunca negou a proximidade e o apoio ao republicano, mesmo não comparecendo presencialmente à campanha.
Antes da eleição na terça-feira, 5, o ex-presidente do Brasil publicou um vídeo em apoio ao norte-americano, com legendas em inglês.
"Em seu governo, os Estados Unidos projetavam poder. Não tivemos guerras e a paz se fez presente em todo o globo. Hoje, vemos guerras, a volta do terrorismo e a censura aprisionando a todos. A volta de Trump é a certeza de um mundo melhor, sem guerras, terrorismo e o retorno da liberdade em toda a sua plenitude”, afirmou.
Veja o vídeo
Pouco depois da vitória do republicano contra Kamala Harris ter sido anunciada, Bolsonaro voltou às redes sociais para parabenizar o "amigo", maneira na qual se refere a Trump.
No X, ele escreveu: "Parabéns, meu amigo, por esta vitória épica que marca não apenas seu retorno à Casa Branca, mas também o triunfo da vontade popular sobre os desígnios arrogantes de alguns poucos que desprezam nossos valores, nossas crenças e nossas tradições".
Bolsonaro completou, destacando os possíveis efeitos da eleição em outros países, como o Brasil. "Este triunfo é histórico, um marco que reacende a chama da liberdade, da soberania e da autêntica democracia. Esta vitória encontrará eco em todos os cantos do mundo, impulsionando não apenas os Estados Unidos, mas também o fortalecimento da direita e dos conservadores em muitos outros países", enfatizou.
Tradução:
- Hoje, testemunhamos o ressurgimento de um verdadeiro guerreiro. Um homem que, mesmo após enfrentar um processo eleitoral brutal em 2020 e uma injustificável perseguição judicial, ergueu-se novamente, como poucos na história foram capazes de fazer.
- Contra tudo e…
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) November 6, 2024
Quem representou os Bolsonaro nos Estados Unidos foi o deputado federal e filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Nas redes sociais, ele publicou uma foto no final da noite de terça-feira, 5, acompanhando a apuração dos votos da eleição norte-americana na casa de Donald Trump, na Flórida.
Eduardo posou em frente a um portão decorado com tons de dourado, em Mar-a-lago, resort de luxo do republicano.
"Uma honra estar aqui para acompanhar a apuração das eleições mais importantes do mundo livre. Dos EUA, com o coração dos brasileiros que padecem sob o poder da esquerda. EUA e Brasil precisam ser parceiros em defesa da liberdade", escreveu o deputado.