Superstição e indecisão: pequeno condado nos EUA acertou as últimas 7 eleições presidenciais
Com menos de 30 mil habitantes, Door, em Wisconsin, se tornou decisivo para a corrida eleitoral desde 1996
O pequeno condado de Door, no Wisconsin, é conhecido como o 'mais indeciso' dos Estados Unidos por não ter preferência clara entre democratas e republicanos. Historicamente, quem vence em Door nas eleições presidenciais acaba sendo eleito presidente.
O pequeno condado de Door, em Wisconsin, nos Estados Unidos, ganhou o apelido de “mais indeciso” do país. Isso porque, historicamente, a região não tem uma clara preferência entre candidatos democratas e republicanos. Mesmo assim, quem venceu em Door nas últimas sete eleições presidenciais foi eleito presidente. A apuração dos votos nas eleições presidenciais dos Estados Unidos começa nesta terça-feira, 5.
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Door tem, aproximadamente, 30 mil habitantes e fica em uma península entre o Lago Michigan e Green Bay. Em 2020, mais de 20 mil eleitores votaram no condado. O número é considerado baixo quando comparado ao resto dos Estados Unidos, mas a região ganhou uma importância devido aos “acertos”, se tornando uma superstição.
O condado fica em um Estado-chave, que deve ajudar a definir quem será o próximo presidente dos Estados Unidos: Kamala Harris ou Donald Trump.
Veja o histórico de Door, como local que acertou a eleição dos últimos sete presidentes dos Estados Unidos:
- 2020: Joe Biden venceu Donald Trump com uma diferença de menos de 300 votos;
- 2016: Trump venceu o confronto contra Hillary Clinton com apenas 500 votos de diferença em Door;
- 2008 e 2012: Barack Obama foi o mais votado em Door em 2008, contra John McCain, por uma vantagem de 3 mil votos. Em 2012, superou Mitt Romney por pouco mais de 700 votos;
- 2000 e 2004: A vitória em Door foi do republicano George W. Bush. Ele derrotou Al Gore e John Kerry com mais de 1.200 e 600 votos, respectivamente.
- 1996: O democrata Bill Clinton venceu o republicano Bob Dole com uma margem de 600 votos.
Neste ano, democratas e republicanos que moram em Door afirmam que os dois partidos tiveram um aumento no número de voluntários. A informação é do jornal The New York Times, que também relatou entusiasmo entre os eleitores.
Segundo a imprensa estadunidense, há um equilíbrio entre as propagandas eleitorais dos dois partidos. Isso se dá pela diversidade de Door, segundo o republicano Joel Kitchens explicou ao programa 60 Minutes, da emissora CBS.
"Somos uma parcela transversal do Estado, temos muitas pessoas que vieram das cidades e dos subúrbios e se aposentaram. Temos uma comunidade agrícola forte. Temos uma indústria pesada e, como você pode ver, há muito dinheiro aqui. Mas também há muitas pessoas que estão lutando", disse.
A população de Door é formada, em sua maioria, por pessoas brancas. Esses eleitores mostraram ter um interesse especial por dois temas abordados nas eleições deste ano: o combate à imigração ilegal e garantia do direito ao aborto.
Trump promete fazer a maior deportação em massa da história dos Estados Unidos, o que chamou a atenção dos eleitores conservadores de Door. Já Kamala defende uma lei nacional para regulamentar o aborto, o que agrada ao público liberal e progressista que vive no condado.
Apesar de ser conhecido como o “condado mais indeciso” dos Estados Unidos, Door não foi visitada pelos dois candidatos durante a campanha eleitoral.
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