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Elon Musk no governo Trump: o que fez até agora o bilionário no gabinete do presidente?

No comando do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), o bilionário tem colhido dados pessoais e financeiros de americanos e do governo na intenção de cortar os gastos federais

12 fev 2025 - 07h05
(atualizado às 07h19)
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Elon Musk assume ter pago para jogarem Diablo IV e Path of Exile 2 em seu lugar
Elon Musk assume ter pago para jogarem Diablo IV e Path of Exile 2 em seu lugar
Foto: Reprodução / Getty Images / Anna Moneymaker

WASHINGTON - O bilionário Elon Musk recebeu carta branca de Donald Trump para atuar em seu novo governo em busca de reduzir os gastos e as atuações do funcionamento público. No comando do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), ele agiu nas últimas três semanas para acessar e colher informações sobre as agências federais e, a partir disso, tentar enxugar a máquina. A "desburocratização" ainda não começou de fato, mas a equipe de Musk já vem atuando nos últimos dias para colocá-la em curso, às vezes de formas pouco ortodoxas.

Entre os órgão na mira do DOGE até o momento estão: a Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID), a Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA), o Departamento de Educação, o Departamento de Tesouro, entre outros. Já nos primeiros dias, seus funcionários assumiram o controle do Serviço Digital dos EUA (USDS), que cuida dos computadores e bases de dados do governo; e do Escritório de Gestão de Pessoal (OPM), um departamento de recursos humanos.

Nesses locais, o dono da Tesla busca mapear três informações cruciais: gastos em programas, com mão de obra e prédios públicos, na intenção de exterminar o máximo possível de todos.

Segundo os jornais americanos, Musk tem seguido uma cartilha em quase todas as agências por onde passa: instalar pessoas leais na liderança que não necessariamente têm permissão de acesso aos locais restritos; varrer dados internos, incluindo os sensíveis e confidenciais; ganhar controle do fluxo de fundos. Algumas dessas ações, no entanto, estão sendo contestadas na Justiça.

O temor de opositores, críticos e até de alguns aliados de Trump é do tamanho do poder que o bilionário está recebendo ao acessar e utilizar informações confidenciais. Além disso, embora diga que seus cortes visa trazer maior eficiência ao orçamento do governo, críticos apontam um viés ideológico de suas escolhas.

Nesta terça-feira, 11, Trump assinou uma ordem executiva que força as agências federais a trabalhar com o DOGE em uma tentativa de cortar sua força de trabalho existente e limitar futuras contratações.

Colher dados para cortar

Para o seu plano de redução de gastos, Musk precisa, primeiro, identificar como ocorrem os fluxos de caixas das agências e departamentos e partir disso, fazer os cortes. Para saber, seu departamento tem colhido quantidades robustas de dados pessoais e financeiros de milhares - ou milhões - de americanos. Quem se nega a fornecê-los, é demitido ou afastado logo em seguida.

Segundo relatos ao The Washington Post de funcionários das agências alvos do DOGE, seus agentes chegam rápido, contornando funcionários de TI de nível inferior. Membros da equipe recebem então contas de usuário, permitindo-lhes acessar e editar enormes volumes de dados governamentais com pouca ou nenhuma supervisão. Isso permite que eles façam mudanças em velocidade relâmpago, contornando protocolos de segurança típicos e alarmando funcionários governamentais encarregados de manter os dados sensíveis seguros.

A intenção, de acordo com fontes ouvidas pela The New York Times, é injetar ferramentas de inteligência artificial nos sistemas governamentais, usando-as para avaliar contratos e recomendar cortes. Thomas Shedd, um ex-engenheiro da Tesla que foi escolhido para liderar uma equipe de tecnologia na Administração de Serviços Gerais (GSA), disse a alguns membros da equipe que esperava colocar todos os contratos federais em um sistema centralizado para que pudessem ser analisados por inteligência artificial, disseram as fontes ao jornal.

Prédios públicos

Sem poder investir no programa de demissão voluntária, e equipe de Musk tem apostado em formas menos ortodoxas de forçar as demissões. Uma delas é fechar escritórios próximos e deslocar trabalhadores para locais mais distantes de seus postos atuais de trabalho na intenção de aumentar seus deslocamentos e tornar a manutenção no emprego insuportável, segundo o Post.

Ele também pretende atacar outro do que considera um mal do gasto público: os imóveis. "Nós ouvimos deles que eles querem fazer os prédios tão ruins que as pessoas vão embora," disse um oficial sênior na GSA, que gerencia a maior parte da propriedade federal. "Eu acho que esse é o objetivo maior aqui, que é trazer todos de volta, os prédios vão ser péssimos, seus deslocamentos vão ser ruins."

Esta estratégia de forçar demissões permitirá a Musk e Trump cortarem gastos federais sem precisar passar pela aprovação do Congresso, como manda a Constituição.

Na GSA, o administrador interino Stephen Ehikian — um ex-executivo do Vale do Silício — e outros nomeados por Trump têm agido agressivamente para cortar custos em pelo menos 50%, em parte eliminando metade de todo o imobiliário federal em todo o país. Essa medida foi detalhada em um e-mail para a equipe de imóveis por Michael Peters, o novo chefe do serviço de prédios públicos.

A mensagem parece ter sido deliberadamente projetada para aumentar a rotatividade. Em um e-mail, Ehikian advertiu sobre uma "probabilidade muito alta" de que as 2 mil pessoas que moram a mais de 80 quilômetros de um posto de serviço seriam designadas para mais longe como parte de seu esforço para reorganizar a agência. A equipe não saberia se foi transferida, digamos, da Carolina do Norte para o Colorado até dias depois de terem que decidir se aceitam a oferta de Musk para renunciar com o pagamento de oito meses./NYT e W.POST

Estadão
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