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Escola nos EUA é processada por suicídio de aluna que sofria bullying

Um ano depois da morte de Mallory Grossman, seus pais entraram com ação contra a escola, acusando-a de ignorar as queixas da menina e de não tomar uma atitude mais enérgica para evitar o bullying entre os alunos.

24 jun 2018 - 17h36
(atualizado às 17h55)
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Mallory, que tinha 12 anos, começou a sofrer cyberbullying em 2016, seu primeiro ano na escola de ensino fundamental de Copeland
Mallory, que tinha 12 anos, começou a sofrer cyberbullying em 2016, seu primeiro ano na escola de ensino fundamental de Copeland
Foto: Mallory's Army/Facebook / BBC News Brasil

Os pais de uma menina de 12 anos que cometeu suicídio em 2017, depois de meses sofrendo bullying dos colegas, estão processando a escola em que ela estudava, no Estado americano de New Jersey, alegando que a instituição não fez seu papel para evitar que a menina fosse perseguida.

Dianne e Seth Grossman afirmam que a escola ignorou as reiteradas queixas que faziam de que a filha Mallory estava sendo alvo de bullying por outros alunos.

Na ação movida pelo casal consta que Mallory recebia mensagens de texto e através do Snapchat em que era chamada de "fracassada" e que debochavam de sua aparência. Várias repetiam que ela não tinha amigos e uma chegava a sugerir que ela tirasse a própria vida.

As ofensas começaram no primeiro ano da menina na escola, em 2016, e se estenderam por meses.

A jurisdição escolar do distrito de Rockaway (Rockaway Township school district), que administra as escolas públicas da região, não comenta o processo.

Aberta na última terça-feira, dia 19, pouco mais de um ano depois da morte de Mallory, em 14 de junho de 2017, a ação judicial acusa a escola de ensino fundamental de Copeland de não tomar uma atitude mais enérgica para evitar que o bullying entre os alunos acontecesse.

Argumenta que a resposta da escola à reclamação feita pelos pais foi forçar Mallory a abraçar um dos colegas que supostamente faziam bullying com ela, em vez de aplicar uma ação disciplinar, e que a coordenação chegou a sugerir que, para que não fosse importunada, a criança passasse a fazer seus lanches em uma sala isolada, e não mais no refeitório.

O processo acusa ainda distrito escolar de desencorajar o casal, que tem outros três filhos, de fazer uma reclamação formal contra a escola.

A mãe de Mallory, Dianne, afirma que a escola ignorou suas queixas
A mãe de Mallory, Dianne, afirma que a escola ignorou suas queixas
Foto: Dianne Grossman/Facebook / BBC News Brasil

Em um comunicado divulgado em agosto do ano passado, o distrito escolar afirma que "a alegação de que o distrito de Rockaway ignorou os pedidos da família Grossman e falhou contra o bullying de forma geral é categoricamente falsa".

O texto também dizia que representantes da escola haviam sido instruídos para não comentar sobre o caso.

Em uma coletiva de imprensa na última terça, o advogado da família Grossman, Bruce Nagel, reiterou que as queixas à escola haviam sido "completamente ignoradas" e afirmou que smartphones podem ser "uma arma letal nas mãos da criança errada".

"Nós temos esperança que, movendo essa ação, vamos atrair atenção para a epidemia de cyberbullying que acontecesse no país, para que não precisemos ir a mais funerais de estudantes que foram vítimas dele", ressaltou.

A mãe de Mallory disse ao canal de televisão News 12 que queria que a escola "se importasse menos as notas de provas e mais com a inteligência emocional" das crianças.

"Em vez de tirar Mallory da aula de canto", acrescentou, "eu queria que as garotas que viviam empurrando a cadeira dela, chamando-a de palavrões... eu queria que essas crianças tivessem sido tiradas da sala. Não a Mallory".

A ação judicial é o primeiro caso de suicídio por cyberbullying que vai à Justiça no Estado de New Jersey. As famílias do grupo de garotas acusadas de fazer bullying com Mallory foram notificadas de que também podem enfrentar consequências legais, segundo Nagel.

Funcionários da escola e o distrito como um todo também foram citados no processo por supostamente terem falhado em garantir a segurança da criança no ambiente escolar.

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