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Estado de Oklahoma investigará execução 'mal sucedida'

A republicana Mary Fallin pediu hoje que a execução de Clayton Lockett seja averiguada e adiou o cumprimento de outra pena também prevista para esta terça-feira

30 abr 2014 - 18h45
(atualizado às 18h47)
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<p>A governadora de Oklahoma, Mary Fallin, aborda a fracassada execução de Clayton Lockett durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 30 de abril </p><p> </p>
A governadora de Oklahoma, Mary Fallin, aborda a fracassada execução de Clayton Lockett durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 30 de abril
Foto: AP

O estado de Oklahoma investigará as complicações que ocorreram na terça-feira durante a execução de um preso que morreu de ataque cardíaco pouco mais de 40 minutos depois de receber uma injeção letal e que reabriu um debate nacional sobre a pena de morte.

A morte de Clayton Lockett, de 38 anos, foi a última de uma série de execuções nas quais a aplicação da pena de morte foi mais prolongada e agônica para os presos do que o esperado, o que criou polêmica pelo uso de novas injeções letais (as convencionais estão escassas) e pelo secretismo com que os estados as compram.

Lockett, condenado pelo assassinato de uma jovem de 19 anos em 1999, se retorceu e arquejou quando foi administrada a injeção, que continha uma combinação de fármacos nunca usada em Oklahoma, embora tivesse sido usada em outros estados, antes de morrer de um ataque do coração.

A governadora de Oklahoma, a republicana Mary Fallin, pediu hoje que seja averiguado o ocorrido e adiou em 14 dias outra execução prevista para esta terça-feira, a de Charles Warner, de 46 anos.

"Pedi ao Departamento Correcional que realize uma investigação completa dos procedimentos de execuções de Oklahoma para determinar o que aconteceu durante a execução de Lockett", afirmou Fallin em comunicado.

Até na semana passada, os advogados de Lockett e Warner, que se encontra no corredor da morte pelo estupro e assassinato de uma menina de 11 meses em 1997, tentaram suspender suas execuções.

<p>Clayton Lockett (à esq.) morreu de ataque do coração, mais de 30 minutos após receber injeção letal; por isso, a execução de Charles Warner (à dir.) foi adiada</p>
Clayton Lockett (à esq.) morreu de ataque do coração, mais de 30 minutos após receber injeção letal; por isso, a execução de Charles Warner (à dir.) foi adiada
Foto: Reuters

Após saber que outro réu de Oklahoma gritou que todo o corpo "queimava" durante sua execução em janeiro, Lockett e Warner temeram que suas execuções descumprissem o mandato constitucional que proíbe os castigos cruéis e pediram informação sobre a procedência dos fármacos.

Assim, seus advogados tentaram buscar um cancelamento da execução e denunciaram o secretismo do estado sobre como obtinha os remédios da injeção letal, mas a Corte Suprema de Oklahoma estabeleceu que a resolução de suas penas teriam de seguir adiante. Foram programadas então a execução de ambos para terça-feira. 

Embora Warner não tenha sido executado, a forma como morreu Lockett, que seguiu vivo entre suspiros e convulsões por mais de 40 minutos após receber a injeção deu argumentos renovados aos oponentes da pena capital.

"Há sérias preocupações sobre a injeção letal com a revelação cada vez mais de incompetentes execuções realizadas com fármacos questionáveis de fontes questionáveis", assinalou o diretor legal da União Americana de Liberdades Civis em Oklahoma, Brady Henderson, em declarações enviadas à Agência Efe.

A Coalizão Nacional pela Abolição da Pena de Morte dos EUA lamentou em comunicado que este caso "mine a confiança no sistema judiciário". "O governo de Oklahoma sacrificou a transparência e a responsabilidade pública por seu próprio interesse e as consequências foram grotescas e evitáveis", acrescentou.

A Casa Branca também se pronunciou sobre essa execução e disse que ela "não alcançou" os padrões humanos. "Inclusive quando a pena de morte é justificada, deve ser realizada humanamente. E penso que todo mundo reconheceria que este caso não alcançou esse padrão", assinalou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, em sua entrevista coletiva diária. 

A maioria dos 32 estados onde está em vigor a pena capital tem problemas para conseguir os componentes com os quais são fabricadas as injeções letais convencionais.

Perante este cenário, alguns estão provando fórmulas alternativas de injeções e outros colocaram o uso da cadeira elétrica como obrigatório caso não se encontrem remédios para injeções letais.

EFE   
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