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EUA admitem que espionagem causa "momento de tensão" com aliados

26 out 2013 - 00h35
(atualizado às 05h02)
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Os Estados Unidos admitiram nesta sexta-feira que as novas acusações de espionagem feitas ao país "constituíram um momento de tensão" com alguns aliados, mas não deveriam afetar a cooperação em assuntos como Síria e Irã.

"Não há dúvida de que a revelação de informação sigilosa constitui um momento de tensão com alguns dos nossos aliados", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, a jornalistas.

"Estamos tendo discussões com esses aliados", afirmou ela, referindo-se à visita a Washington na semana que vem de chefes de inteligência da Alemanha que buscarão explicações sobre a suposta espionagem norte-americana no telefone celular da chanceler alemã, Angela Merkel.

Na mesma semana em que a Alemanha disse ter provas dessas atividades, publicações da França e da Itália revelaram que agências de inteligência dos EUA espionavam cidadãos e empresas desses países. Essas denúncias se basearam nos documentos secretos revelados pelo ex-técnico de inteligência dos EUA Edward Snowden, hoje asilado na Rússia.

Outros países aliados dos EUA, inclusive o Brasil, já haviam se queixado das atividades norte-americanas de vigilância. Psaki disse que o secretário norte-americano de Estado, John Kerry, discutiu as alegações com funcionários da França e da Itália durante uma recente visita à Europa.

Segundo a porta-voz, as revelações sobre as atividades de inteligência dos EUA "criaram desafios significativos nas nossas relações" com nações aliadas e foram "uma distração pública".

Kerry, segundo sua porta-voz, "certamente reconhece, à medida que perseguimos uma gama de prioridades diplomáticas, seja trabalhando em questões globais como a da Síria, ou Irã, ou (negociações comerciais), que será realmente um erro permitir que essas revelações atrapalhem isso".

Merkel exigiu que o presidente dos EUA, Barack Obama, explique as atividades de espionagem do seu país, e na semana que vem diretores da BND, agência alemã de inteligência, pretendem ir a Washington. Além disso, europarlamentares embarcam na segunda-feira para os EUA a fim de discutir "possíveis remédios jurídicos para cidadãos da UE".

Washington e seus aliados europeus participam ativamente de iniciativas diplomáticas com o objetivo de encerrar a guerra civil na Síria e obter um acordo para limitar o programa nuclear iraniano.

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