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Estados Unidos

EUA: detido autor de assassinatos em instituições judaicas

Um homem de 70 anos foi preso pela polícia após matar 3 pessoas no domingo; ele teria vínculo com grupos antissemitas

14 abr 2014 - 08h08
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Foto de Frazier Glenn Cross, acusado de matar 3 pessoas numa área judia em Kansas
Foto de Frazier Glenn Cross, acusado de matar 3 pessoas numa área judia em Kansas
Foto: AP

Um homem foi detido depois de matar três pessoas no domingo em instituições comunitárias judaicas no estado do Kansas, anunciou a polícia. O supeito tem cerca de 70 anos e teria vínculos com grupos antissemitas.

Os assassinatos, cometidos em um centro comunitário e uma casa para idosos de Overland Park, aconteceram na véspera da Páscoa judaica, o que provocou consternação e uma onda de protestos.

O detido, Frazier Glenn Cross, não era de Overland Park e não conhecia as vítimas, informou John Douglass, chefe de polícia da pequena cidade próxima de Kansas City.

Cross, também conhecido como Frazier Glenn Miller, tem laços de longa data com grupos de supremacia branca - foi líder da Ku Klux Klan - e com núcleos antissemitas, informou o Southern Poverty Law Center (SPLC), que rastreia atividades de grupos que estimulam o ódio racial e religioso.

Cross, nascido em Aurora (Missouri), é membro do fórum neonazista Vanguard News Network e enviou mais de 12.000 mensagens desde que se uniu ao grupo, segundo o SPLC.

Segundo o canal local KSHB (subsidiária da NBC), Cross gritou "Heil Hitler" quando era levado pro policiais, depois de ter sido detido em uma escola primária, mas Douglass se negou a confirmar a versão.

O presidente Barack Obama condenou o ataque "horrível" e prometeu o "total apoio" do governo federal à investigação e à comunidade judaica. "As informações iniciais são desoladoras", afirma em um comunicado, no qual apresenta as condolências às famílias das vítimas.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, expressou indignação com os assassinatos que "segundo todas as indicações foram cometidos por ódio aos judeus", afirma um comunicado oficial.

O detido estava com um fuzil, mas a polícia acredita que também poderia estar com uma arma menor e outro fuzil.

O FBI, que participa na investigação, registrou 674 incidentes de caráter antissemita em território americano em 2012.

Esta cifra corresponde a cerca de dois terços dos incidentes com suposta motivação religiosa, que representam um quinto dos crimes classificados "de ódio" pelo FBI, enquanto os ataques racistas totalizam a metade.

"Este é um dia muito trágico e triste. Não há palavras para expressar a falta de sentido do que aconteceu", disse Douglass.

O rabino Herbert Mandl, capelão da polícia de Overland Park, informou à rede CNN que o primeiro tiroteio, em um centro comunitário judaico da periferia de Kansas City, aconteceu por volta das 13h locais, quando jovens participavam de um teste para um concurso de cantores.

O suspeito perguntou aos candidatos se eles eram judeus, antes de abrir fogo, segundo Mandl. Duas pessoas foram mortas, entre elas um adolescente.

Quase 75 pessoas estavam no local, a maioria crianças, mas a instituição informou que o crime aconteceu no estacionamento.

Em seguida, o atirador dirigiu até a casa para idosos Shalom, onde matou uma mulher de 70 anos, 15 minutos após o primeiro tiroteio. Não se sabe se ela morava no local.

O homem também atirou contra outras duas pessoas, sem atingi-las.

O Conselho para as Relações Islâmico-Americanas (CAIR), a maior associação muçulmana de defesa dos direitos civis nos Estados Unidos, manifestou solidariedade à comunidade judaica em um comunicado. 

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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