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EUA divulgam documentos do Pentágono sobre Guerra do Vietnã

13 jun 2011 - 20h32
(atualizado às 20h51)
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Exatamente 40 anos depois do jornal The New York Times iniciar a publicação de documentos secretos do Pentágono sobre a Guerra do Vietnã, o governo americano divulgou nesta segunda-feira uma versão completa do vazamento. No dia 13 de junho de 1971, o jornal nova-iorquino começou a mostrar ao público documentos copiados e entregues à imprensa pelo analista do Pentágono Daniel Ellsberg, que mostravam os erros do governo dos Estados Unidos em uma guerra que então já parecia perdida.

O pacote de mais de sete mil páginas, retirado pacientemente por Ellsberg dos arquivos do Departamento de Defesa, estremeceu a presidência de Richard Nixon e gerou uma luta pela liberdade de imprensa que chegou até a Corte Suprema de Justiça dos EUA. Os documentos mostravam a forma como os governos dos presidentes Dwight Eisenhower, John Kennedy e Lyndon Johnson envolveram o país no conflito de Indochina enganando o Congresso, a opinião pública e os aliados dos americanos.

Nesta segunda-feira, quatro décadas depois, o governo de Barack Obama divulgou os documentos, que incluem 2.384 páginas desconhecidas e completam o que era até agora a versão mais conhecida dos 'documentos do Pentágono'. Segundo John Prados, analista do Arquivo de Segurança Nacional, o material divulgado por Ellsberg "se limitou ao que podia ser copiado em uma fotocopiadora e ao que podia ser tirado do escritório", disse.

A intervenção dos EUA na Guerra do Vietnã começou quando Indochina estava ainda sob ocupação francesa e Washington proporcionou armamento e fundos para suprimir o movimento de independência. Durante a presidência de Eisenhower, os EUA enviaram assessores militares para apoiar o regime do Vietnã do Sul, mas a presença militar foi sendo incrementada por Kennedy até atingir o número de meio milhão de americanos ao fim do governo de Johnson.

Mesmo passadas quatro décadas da divulgação da primeira parte dos "documentos do Pentágono", o Departamento de Defesa ainda quis manter uma mínima parte em segredo - 11 palavras foram suprimidas. Prados brincou que o Arquivo Nacional iniciará um concurso para ver quem adivinha quais são essas palavras. "Minha especulação é que essas palavras se referem a empregados da Agência de Segurança Nacional deslocados no Vietnã, ou a um funcionário do Vietnã do Sul que foi pago pela Agência Central de Inteligência", concluiu Prados.

EFE   
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