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EUA impõem novas sanções à Rússia por crise na Ucrânia

Bancos, empresas e autoridades políticas estão entre os sancionados

16 jul 2014 - 18h26
(atualizado às 20h16)
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Barack Obama fala sobre as novas sanções contra a Rússia, em resposta à crise na Ucrânia, na Casa Branca, em 16 de julho 
Foto: Charles Dharapak / AP

O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira um novo pacote de sanções econômicas contra vários bancos e empresas energéticas da Rússia. Obama, em pronunciamento na Casa Branca, disse que as novas sanções mostram que há consequências para as agressões do presidente russo, Vladimir Putin, na Ucrânia. 

"O que esperamos é que os líderes russos se deem conta, de uma vez por todas, que suas ações na Ucrânia têm consequências, principalmente um enfraquecimento da economia russa e um crescente isolamento diplomático", disse Obama durante um breve discurso.

Entre as empresas alvo destas sanções estão grandes corporações como os bancos Gazprombank e Vnesheconombank, e as companhias energéticas Rosneft e OAO Novatek, disse o Departamento do Tesouro.

O subsecretário de Inteligência Terrorista e Financeira do Tesouro americano, David S. Cohen, explicou em uma conferência telefônica que as novas sanções foram aplicadas porque a "Rússia não cumpriu os padrões básicos de conduta internacional".

Em virtude delas, "é limitado o acesso de dois bancos russos e duas importantes empresas energéticas a fontes de financiamento nos EUA", acrescentou.

Além disso, foram sancionadas oito empresas estatais de defesa, uma instalação comercial da Crimeia, e as repúblicas autodenominadas de Donetsk e Lugansk, regiões do sul da Ucrânia onde houve levantes pró-Rússia.

Por fim, também foram incluídas nesta lista quatro funcionários do governo da Rússia: Serguei Besesda, diretor do Serviço de Informação Operacional e Comunicações Internacional; Oleg Savelyev, ministro da Rússia para Assuntos da Crimeia; Serguei Neverov, presidente adjunto da Duma (câmara dos deputados); e Igor Shchegolev, assessor do presidente do país, Vladimir Putin.

Estas ações têm como objetivo exacerbar "ainda mais os problemas econômicos da Rússia", acrescentou um alto funcionário da Casa Branca em conferência por telefone.

Sanções da União Europeia

Os líderes da União Europeia (UE) também concordaram em ampliar as sanções contra a Rússia, ao mirar empresas que ajudam a minar a soberania ucraniana, e elaborar uma primeira lista de empresas e pessoas a serem alvos de congelamento de bens até o fim de julho.

Os líderes da UE também decidiram pedir ao Banco Europeu de Investimento para suspender a concessão de novos empréstimos à Rússia e buscar a suspensão de novos financiamentos aos russos pelo Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento, de acordo com comunicado divulgado em reunião de cúpula da UE.

A UE irá também estudar a possibilidade de impor sanções a empresas e pessoas que apoiam os tomadores de decisões russos responsáveis pela anexação da região ucraniana da Crimeia e de desestabilizar o leste da Ucrânia.

Resposta russa

O vice-ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Riabkov, qualificou de "escandalosas" e "totalmente inaceitáveis" as sanções adotadas contra a Rússia por parte dos Estados Unidos devido à crise na Ucrânia, e prometeu que seu país reagirá com medidas "dolorosas".

"A nova decisão da administração americana de adotar sanções, sob um pretexto falso e falaz, contra certo número de entidades e de indivíduos russos, pode apenas ser chamada de escandalosa e totalmente inaceitável" declarou Riabkov, citado pela agência russa Interfax.

"Confirmamos nossa intenção de tomar medidas que serão recebidas em Washington de forma grave e dolorosa" em resposta às sanções.

O presidente russo, Vladimir Putin, que está em visita ao Brasil, disse em Brasília que precisava ver os detalhes das sanções para avaliar o que significam. Ele afirmou ainda que as sanções normalmente têm efeito bumerangue e que levarão as relações bilaterais a um beco sem saída.

Com informações da AFP, EFE e Reuters.

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Fonte: Terra
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