EUA: judeus foram pagos para se passar por vítima do Holocausto
Cerca de 5,5 mil judeus receberam de forma fraudulenta US$ 42 milhões nos Estados Unidos pagos pela Alemanha, fazendo-se passar por vítimas do Holocausto, informou nesta terça-feira a promotoria de Nova York. Dezessete pessoas, responsáveis pela armação do golpe, foram acusadas de usar um fundo destinado a ajudar vítimas da perseguição nazista na Segunda Guerra Mundial, informou em um comunicado a promotoria.
Os supostos golpistas, em maioria de origem russa, aprovaram "mais de 5,5 mil candidaturas fraudulentas, que resultaram no pagamento a candidatos que não se qualificavam para os programas", acrescentou. "Se há uma instituição que se poderia supor imune à ganância e à fraude criminal é a Claims Conference, que ajuda diariamente milhares de pobres e idosos vítimas da perseguição nazista", disse o promotor do distrito sul de Nova York, Preet Bharara.
Um dos fundos fraudados entregava em um pagamento único US$ 3,6 mil a judeus que supostamente haviam sido evacuados de suas cidades de origem por causa da perseguição nazista. "Muitos dos que receberam os fundos fraudulentos haviam nascido depois da Segunda Guerra Mundial e pelo menos um deles sequer era judeu", indica a nota.
Após receber os cheques, os beneficiários pagavam uma comissão aos que organizavam a fraude. Um total de 4.957 pessoas receberam indenizações fraudulentas entre 2000 e 2009 de US$ 18 milhões. Em outro golpe, eram entregues mensalmente US$ 411 "aos que viveram em guetos durante 18 meses ou mais ou durante seis meses em campos de concentração ou de trabalho".
Mediante documentos e testemunhos falsos, 658 pessoas que fingiam ter sido vítimas da perseguição reivindicaram assim um total de US$ 24,5 milhões pagos pelos contribuintes da Alemanha. Onze dos suspeitos foram detidos nesta terça-feira e contra todos os eles pesam acusações por fraude passíveis de até 20 anos de prisão e uma multa de US$ 250 mil, informou a promotoria.