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EUA: polícia ainda falha no monitoramento das redes sociais

Muitos departamentos de polícia utilizam recursos bastante rudimentares

26 dez 2014 - 11h53
(atualizado às 12h16)
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<p>Monitorar as redes sociais em busca de amea&ccedil;as pode estar al&eacute;m da capacidade da maior parte das for&ccedil;as policiais</p>
Monitorar as redes sociais em busca de ameaças pode estar além da capacidade da maior parte das forças policiais
Foto: iStock

As agências de segurança dos Estados Unidos estão longe de conseguir rastrear efetivamente as ameaças feitas nas redes sociais, como as que um homem armado publicou no Instagram antes de matar dois policias de Nova York no fim de semana passado.

A polícia precisa de mais análise de dados e de programas modernos de vasculhamento para monitorar sites de redes sociais como Facebook e Twitter, assim como de pessoal com treinamento para avaliar um dilúvio de informações, disseram agentes de segurança e especialistas na área.

"Você pode comprar toda a tecnologia que quiser, mas se você quiser descobrir coisas inteligentes, melhor é ter pessoas inteligentes capazes de usá-la", disse Christopher Ahlberg, cofundador da Recorded Future Inc, que ajuda clientes a analisarem publicações nas redes sociais. A empresa tem o apoio da In-Q-Tel, uma companhia de capital de risco que atende agências de inteligência dos EUA.

De acordo com o Departamento de Polícia de Nova York, Ismaaiyl Brinsley publicou mensagens contra a polícia no site de compartilhamento de fotos Instagram horas antes de matar a tiros dois policiais que estavam em um carro estacionado no Brooklyn, no sábado.

A polícia de Baltimore disse ter descoberto os posts no Instagram depois que Brinsley atirou e feriu sua ex-namorada no mesmo dia. Mas o NYPD não soube dos posts -que incluíam uma foto de uma arma prateada e a mensagem: "Vou colocar asas em porcos hoje. Eles tomaram um dos nossos... Vamos tomar dois deles"- até ser tarde demais.

O homem agiu em busca de vingança pela morte de um homem negro desarmado por um policial branco em Nova York.

Monitorar as redes sociais em busca de ameaças pode estar além da capacidade da maior parte das forças policiais, incluindo o Departamento de Polícia de Nova York, que tem uma operação de inteligência relativamente extensiva, de acordo com especialistas.

Analistas das polícias de Nova York e Los Angeles rotineiramente navegam pelas redes sociais para manter no radar certos indivíduos, como membros de gangues, ou para preparar grandes operações. Mas, em um período de orçamentos em queda ou estagnados, comprar softwares de ponta e contratar analistas de dados capacitados está caro demais.

Muitos departamentos de polícia utilizam recursos bastante rudimentares. O NYPD usa ferramentas de busca comuns, dizem os especialistas. É possível programar um algoritmo para pegar mensagens ameaçadoras, mas o grande volume de dados e o número potencial de "falsos positivos" impediria a eficácia.

"É como tentar tomar um gole de água em um hidrante", disse a entidade sem fins lucrativos Police Executive Research Forum em um relatório de 2013.

No monitoramento de mídias sociais, a maioria das forças policiais locais fica atrás das agências de inteligência dos EUA, que, apesar de suas vastas redes de vigilância, ainda não conseguem evitar ataques como o da Maratona de Boston de 2013.

O monitoramento de mídia social pela polícia tende a ser reativo: analistas recorrem à Internet quando alguém telefona com uma denúncia. Pesquisadores usam sites de redes sociais para identificar as vítimas, procurar testemunhas e agressores, ou procurar evidências após um crime.

"A maioria das coisas que temos, sinceramente, é quando as pessoas nos enviam", disse o porta-voz do Departamento de Polícia de Los Angeles, comandante Andrew Smith.

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