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EUA reconhecem ter 'cruzado limite' quanto a uso de tortura

"Após os ataques de 11 de Setembro, infelizmente, nem sempre respeitamos os nossos valores", diz representante legal do governo americano para a ONU

12 nov 2014 - 17h19
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O presidente dos EUA, Barack Obama, concede entrevista no Salão Leste da Casa Branca, em Washington, nos Estados Unidos, na quarta-feira. 05/11/2014
O presidente dos EUA, Barack Obama, concede entrevista no Salão Leste da Casa Branca, em Washington, nos Estados Unidos, na quarta-feira. 05/11/2014
Foto: Kevin Lamarque / Reuters

Os Estados Unidos reconheceram nesta quarta-feira ante o comitê da ONU contra a tortura que "cruzou o limite" no tratamento de seus prisioneiros nos anos após os atentados de 11 de setembro de 2001.

"A América está orgulhosa de seu papel no respeito, na promoção e defesa dos direitos humanos e do Estado de Direito, tanto em seu país quanto em todo o mundo", declarou a representante legal do governo americano, Mary McLeod, aos dez membros do Comitê contra a Tortura, em Genebra.

"Mas após os ataques de 11 de Setembro, infelizmente, nem sempre respeitamos os nossos valores", disse. "Cruzamos o limite e assumimos a nossa responsabilidade", acrescentou, citando as palavras do presidente Barack Obama.

McLeod faz parte de uma delegação de altos funcionários americanos que estão em Genebra para responder às perguntas da comissão, que examina o caso dos Estados Unidos pela primeira vez desde 2006.

Após a eleição do presidente Obama, Washington admitiu que a "guerra ao terror" iniciada por seu antecessor, o presidente George W. Bush, levou a cometer abusos.

"Reconhecemos que nenhuma nação é perfeita e a nossa tampouco", disse Keith Harper, embaixador americano no Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra.

Os membros do comitê também questionaram a delegação o motivo de a prisão de Guantánamo permanecer em funcionamento.

Eles também denunciaram a falta de compensação às vítimas dos abusos cometidos no início dos anos 2000 por soldados americanos na prisão de Abu Ghraib, no Iraque.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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