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EUA: republicanos anunciam ações contra reaproximação a Cuba

Os congressistas direcionaram palavras muito duras ao presidente Obama e seu acordo de reatamento imediato de relações diplomáticas com Cuba

18 dez 2014 - 20h59
(atualizado em 19/12/2014 às 08h45)
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<p>Senador cubano-americano Marco Rubio, republicano, durante evento em Washington, nos Estados Unidos, em junho</p>
Senador cubano-americano Marco Rubio, republicano, durante evento em Washington, nos Estados Unidos, em junho
Foto: Yuri Gripas / Reuters

Os legisladores republicanos pela Flórida anunciaram nesta quinta-feira que estão preparando todo tipo de ação legislativa para bloquear no Congresso a decisão do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de restabelecer relações diplomáticas com Cuba.

O anúncio foi feito em uma tensa entrevista coletiva em Miami com o senador Marco Rubio e os representantes Ileana Ros-Lehtinen e Mario Díaz-Balart, todos cubano-americanos, junto com familiares dos pilotos do grupo Irmãos ao Resgate que morreram em 1996 em um ataque de aviões cubanos.

Os congressistas direcionaram palavras muito duras ao presidente Obama e seu acordo de reatamento imediato de relações diplomáticas com Cuba, após seis décadas de enfrentamentos e de Guerra Fria com o governo cubano.

O sufocante ambiente do pequeno escritório de Ros-Lehtinen, abarrotado de jornalistas e veículos nacionais e internacionais que assistiam à coletiva, ficou carregado de palavras desqualificadoras por parte dos legisladores.

Os três expressaram com raiva contida o sentimento de "traição", "tristeza", "decepção", "dor" e "insulto" que sentiam.

"Em um dia, Obama traiu meio século de sacrifício pela liberdade e pela democracia em Cuba", exclamou Ros-Lehtinen, visivelmente afetada, assim como um Marco Rubio pálido e sério.

A mensagem e anúncio de Obama, na opinião da congressista pela Flórida, é um "insulto à comunidade cubano-americana que luta pela liberdade em Cuba e destrói os esforços de muitos cubanos de que Cuba avance em direção a uma democracia com respeito pelos direitos humanos", disse.

"Ontem vimos Obama fazer o que disse que nunca faria", enfatizou Mario Díaz-Balart, que qualificou de tentativa de "apaziguamento da tirania dos irmãos Castro" esta aproximação com a ilha.

Díaz-Balart deixou entrever que nos próximos meses podem haver "mais concessões" de Obama ao regime cubano. O presidente americano, em sua opinião, "quis presentear ditadores terroristas (em referência aos irmãos Castro), anti-americanos e anti-humanistas com o que eles queriam".

O representante criticou o "nível de cinismo" de Obama por dizer que esta aproximação com Cuba chega "pelo bem do povo cubano", quando na realidade não é outra coisa que o "presente salva-vidas a um regime que estava mais debilitado do que nunca".

Rubio, que tem aspirações presidenciais, não escondeu sua profunda decepção com a mensagem de Obama, em um momento que, segundo ele, "aumentou a repressão na ilha".

O senador criticou especificamente um "acordo terrível" de cooperação que implica áreas tão importantes como telecomunicações e bancária. E tudo isto sem obter contrapartida alguma.

Muito ao contrário, detalhou Rubio, a mensagem que Obama enviou a países com uma "democracia erodida" como Venezuela ou Nicarágua é de "sinal verde" para que prosperem os governos que desprezam os direitos fundamentais.

Por isso, o senador afirmou que "se preparam todas as opções no Congresso" para combater este acordo.

Também esteve presente na entrevista coletiva o ex-congressista Lincoln Díaz-Balart, irmão de Mario, que afirmou que Obama violou a lei Helms-Burton, de 1996, que reforça o embargo imposto pelos EUA como medida de pressão para encorajar uma mudança democrática na ilha, e da qual ele foi um dos artífices.

EFE   
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