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EUA responderão por vias diplomáticas a Brasil e México sobre espionagem

3 set 2013 - 19h04
(atualizado às 20h18)
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O Departamento de Estado americano garantiu nesta terça-feira que o governo responderá através de "canais diplomáticos" às exigências de explicações do Brasil e do México à espionagem nesses países revelada recentemente. Em comunicado, o Departamento de Estado disse que utilizará as vias diplomáticas que usam com "membros e aliados", mas não comentará detalhes "sobre a suposta atividade de inteligência", como a revelada pelo ex-analista da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), Edward Snowden.

"Como parte de nossa política, deixamos claro que os Estados Unidos resumem inteligência estrangeira do mesmo modo que todas as nações. Avaliamos nossa cooperação com todos os países em assuntos de interesse mútuo", disse um funcionário do Departamento de Estado em comunicado.

O governo do Brasil reagiu na segunda-feira com indignação diante da denúncia de que os EUA espionaram os telefones e os e-mails da presidente Dilma Rousseff e pediu uma explicação rápida e por escrito, mas não esclareceu que resposta concreta dará ao que chamou de "violação inaceitável da soberania".

Já o governo do México informou ontem que pediu aos EUA uma "investigação exaustiva" sobre as denúncias de espionagem a cidadãos mexicanos e que determine as responsabilidades correspondentes.

Os documentos que revelaram as atividades foram entregues por Snowden ao jornalista Glenn Greenwald, do jornal britânico The Guardian, que publicou em primeira mão informação sobre a espionagem americana no exterior. 

Espionagem americana no Brasil
Matéria do jornal O Globo de 6 de julho denunciou que brasileiros, pessoas em trânsito pelo Brasil e também empresas podem ter sido espionados pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (National Security Agency - NSA, na sigla em inglês), que virou alvo de polêmicas após denúncias do ex-técnico da inteligência americana Edward Snowden. A NSA teria utilizado um programa chamado Fairview, em parceria com uma empresa de telefonia americana, que fornece dados de redes de comunicação ao governo do país. Com relações comerciais com empresas de diversos países, a empresa oferece também informações sobre usuários de redes de comunicação de outras nações, ampliando o alcance da espionagem da inteligência do governo dos EUA.

Ainda segundo o jornal, uma das estações de espionagem utilizadas por agentes da NSA, em parceria com a Agência Central de Inteligência (CIA) funcionou em Brasília, pelo menos até 2002. Outros documentos apontam que escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York, teriam sido alvos da agência.

Logo após a denúncia, a diplomacia brasileira cobrou explicações do governo americano. O então ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o País reagiu com “preocupação” ao caso.

O embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon negou que o governo americano colete dados em território brasileiro e afirmou também que não houve a cooperação de empresas brasileiras com o serviço secreto americano.

Por conta do caso, o governo brasileiro determinou que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) verifique se empresas de telecomunicações sediadas no País violaram o sigilo de dados e de comunicação telefônica. A Polícia Federal também instaurou inquérito para apurar as informações sobre o caso.

Após as revelações, a ministra responsável pela articulação política do governo, Ideli Salvatti (Relações Institucionais), afirmou que vai pedir urgência na aprovação do marco civil da internet. O projeto tramita no Congresso Nacional desde 2011 e hoje está em apreciação pela Câmara dos Deputados.

EFE   
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