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EUA veem como ameaça combatentes que retornam da Síria

17 set 2014 - 22h16
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Johnson e autoridades dos EUA durante audiência em Washington nesta quarta-feira
Foto: Gary Cameron / Reuters

Os americanos seduzidos pela propaganda online do Estado Islâmico e outros grupos militantes constituem a maior ameaça terrorista aos Estados Unidos, que fica especialmente vulnerável aos combatentes estrangeiros que retornam da Síria, disse um alto funcionário de segurança dos EUA nesta quarta-feira.

Embora não existam evidências de que o grupo islâmico radical planeje um ataque em solo americano, a sua máquina de propaganda vigorosa e os esforços de sofisticados recrutamento online criaram uma evidente ameaça potencial, segundo autoridades dos EUA.

Os chefes do FBI, Segurança Interna e do Centro Nacional Contraterrorismo emitiram o aviso em uma audiência perante o Comitê de Segurança Interna da Câmara.

Eles falaram enquanto militares dos EUA se preparam para expandir a ação militar liderada pelos Estados Unidos contra o Estado Islâmico, desde o Iraque para a Síria, e antes de uma votação na Câmara dos Deputados, a pedido do presidente Barack Obama, para armar rebeldes sírios para combater os militantes, que acabou aprovada.

O secretário de Segurança Interna, Jeh Johnson, disse que o Estado Islâmico se comprometeu a atacar os americanos só porque eles eram americanos, como mostrado em vídeos nas últimas semanas com as execuções dos jornalistas James Foley e Steven Sotloff.

A ameaça do grupo encontra-se em sua tentativa online de atrair americanos e por seus esforços para recrutar até dois mil ocidentais que viajaram para a Síria para lutar contra o governo do presidente Bashar al-Assad, disseram as autoridades.

Os combatentes estrangeiros, entre os quais 100 americanos, "podem, eventualmente, voltar para seus países de origem exauridos após os combates, radicalizados e determinados a nos atacar", disse Matt Olsen, a principal autoridade dos EUA contra o terrorismo.

Ele disse que a Síria permanece como importante campo de treinamento para grupos independentes e alinhados à al Qaeda, e que a taxa de viajantes que vão para a Síria superou o de pessoas que foram para o Afeganistão, Paquistão, Iraque, Iêmen ou na Somália nos últimos 10 anos.

Os congressistas pressionaram as autoridades administrativas sobre como elas podem impedir os ataques dos violentos extremistas de seu próprio país ou de combatentes estrangeiros vindos da Síria, que podem ter passaportes europeus ou dos EUA.

As autoridades citaram a prisão de um homem de Rochester, Nova York, anunciada na terça-feira, sob a acusação de tentar fornecer apoio material para o Estado Islâmico e pela tentativa de assassinar soldados americanos.

O diretor do FBI, James Comey, reconheceu as dificuldades da luta contra a ameaça aos radicais do próprio país. "Em um país tão grande e livre, com o material que está disponível, é um grande desafio", disse ele.

Os funcionários da administração ressaltaram ameaças de grupos militantes em todo o mundo, incluindo ramificações da al Qaeda, e disseram que eles continuam se concentrando na segurança aérea para combater uma ameaça primária.

Olsen destacou a Al Qaeda na Península Arábica, que estava por trás das tentativas de três atentados aéreos, incluindo um homem-bomba de Detroit, em 2009, como o grupo dissidente da Al Qaeda mais propenso a tentar um ataque dentro dos Estados Unidos.

Mas Olsen disse que "extremistas violentos caseiros continuam uma ameaça imediata mais provável para a terra natal."

Johnson identificou o tipo de agressor "lobo solitário" como o mais difícil de detectar e disse que a agência está trabalhando com as comunidades para identificar pessoas vulneráveis ao recrutamento por grupos extremistas através da propaganda online.

"Este ambiente virtual ilimitado, combinado com o uso cada vez mais sofisticado por terroristas da mídia social, torna cada vez mais difícil proteger nossa juventude da propaganda", disse Olsen.

"Este ambiente online é susceptível de desempenhar um papel fundamental no futuro previsível ao radicalizar e mobilizar (eles) para a violência", completou.

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