Eurodeputados irão aos EUA investigar suposta espionagem
Nove membros da comissão de Liberdades Civis do Parlamento Europeu (PE) estarão na próxima semana em Washington para coletar informações sobre a suposta espionagem americana de cidadãos europeus, informou nesta sexta-feira a Eurocâmara em comunicado.
A missão parlamentar deve analisar com as autoridades americanas o impacto de seus programas de vigilância sobre os direitos fundamentais dos europeus e as últimas informações reveladas pela imprensa, incluindo as supostas escutas à chanceler alemã, Angela Merkel.
Além disso, os eurodeputados devem solicitar informação sobre a suposta espionagem em massa de ligações telefônicas na França e sobre as invasões detectadas nos servidores da empresa belga de telecomunicações Belgacom.
Também abordarão a recente solicitação do PE para que seja suspenso o acordo de transferência de dados bancários que a UE e os EUA têm em meio à luta antiterrorista e as normas de proteção de dados que se aplicam às empresas americanas que operam na Europa.
Os parlamentares manterão encontros com representantes de diferentes departamentos do governo e solicitaram uma reunião com o diretor da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA), Keith Alexander, embora ainda não tenham recebido resposta, explicou o PE.
O diretor da missão, o trabalhista britânico Claude Moraes, explicou que a prioridade da investigação é "reunir toda a informação e provas relevantes de fontes americanas".
"O Parlamento Europeu tem a obrigação de garantir que há uma investigação completa sobre essas acusações e que se implemente qualquer mecanismo necessário para salvaguardar os direitos dos cidadãos à proteção de dados e a privacidade", assinalou Moraes.
O PE trabalha há meses a questão da suposta espionagem americana, por causa das primeiras revelações do ex-técnico da CIA, Edward Snowden, para quem realizou várias audiências com responsáveis e especialistas.