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Ex-preso em Guantánamo estaria envolvido em ataque a Benghazi

8 jan 2014 - 09h10
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As autoridades americanas suspeitam que um ex-detento da prisão de Guantánamo esteve envolvido no ataque ao consulado americano de Benghazi, na Líbia, que custou a vida em setembro de 2012 do embaixador americano, indicou na terça-feira o jornal Washington Post.

Segundo o jornal, membros do grupo Ansar al-Sharia liderados por Abu Sofiane ben Qumu na cidade líbia de Dernah participaram do ataque que matou o embaixador Christopher Stevens e outros três americanos. Também assegura que as autoridades americanas planejam incluir três braços do grupo de Qumu - em Dernah, Benghazi e Tunísia - em sua lista de organizações terroristas.

Qumu e dois outros chefes de milícias devem ser designados como terroristas, acrescenta o jornal.

Testemunhas asseguraram a funcionários americanos que homens de Qumu viajaram de Dernah a Benghazi antes do ataque de 11 de setembro de 2012, ainda que o caráter premeditado do ataque não tenha sido estabelecido.

Qumu, um líbio de 54 anos, passou 10 anos na prisão de seu país antes de fugir para o Egito e depois para o Afeganistão, onde treinou em campos de Osama bin Laden, assegura o Post, citando documentos militares americanos vazados pelo WikiLeaks.

Combatendo ao lado dos talibãs após a invasão americana ao Afeganistão em 2001, fugiu para o Paquistão, onde foi detido e entregue aos americanos, que o prenderam em Guantánamo. Reenviado para a Líbia em 2007, foi libertado em 2008.

O ataque em Benghazi provocou uma tempestade política durante meses entre o governo americano democrata e a oposição parlamentar republicana, que acusou o Poder Executivo de ignorar a natureza "terrorista" deste ataque para não manchar o balanço da Segurança Nacional de Obama, em plena campanha para a reeleição.

A diplomacia americana recentemente garantiu que não tinha "nenhuma indicação de que o núcleo da Al-Qaeda" estava envolvido no ataque, citando, no entanto, o fato de os agressores terem "se inspirado na ideologia da al-Qaeda".

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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