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Ex-psiquiatra do Exército confessa ser autor de tiroteio em base americana

6 ago 2013 - 15h07
(atualizado às 15h32)
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Um ex-psiquiatra do Exército americano declarou nesta terça-feira ter sido o autor do tiroteio em Fort Hood, no Estado americano do Texas, no início do julgamento pelo maior massacre ocorrido em uma base militar americana, no qual morreram 13 pessoas. "As provas vão provam claramente que sou o autor dos disparos", afirmou a uma corte marcial o comandante Nidal Hassan, que é responsável por sua própria defesa.

Hassan é acusado de ter deixado 13 mortos e 32 feridos em seu ataque cometido em novembro de 2009. O julgamento contra o comandante Nidal Hassan, um "lobo solitário da Al-Qaeda", começou nesta terça-feira e poderá durar vários meses.

Nidal Hassan nasceu na Virgínia, filho de pais palestinos, tem hoje 42 anos e ficou paraplégico depois do tiroteio. O militar poderá ser condenado à pena de morte se for considerado culpado.

Depois de ter dispensado seus advogados, o ex-psiquiatra obteve o direito de defender a si mesmo no julgamento que terá 250 testemunhas de acusação. Ele afirmou que só convocará duas testemunhas em sua defesa.

Shawn Manning, especialista em saúde mental e que integrava a mesma unidade de Hassan, declarou à AFP que teme a acareação com o acusado, que disparou seis vezes contra ele. "Ter de enfrentar a pessoa que tentou matar você e seus amigos e ter de ser cordial e simpático vai ser difícil", explicou. "Espero que não me faça perguntas; mas estou preparado".

Para Richard Rosen, coronel reformado e professor de Direito na Universidade Texas Tech, as provas contra Hassan são tão evidentes que não há dúvidas de que será condenado. O ataque de novembro de 2009 é o mais violento já registrado em uma base militar americana.

O alto comando do Exército foi severamente criticado por ter ignorado os sinais do comportamento de Hassan, que, segundo o FBI, trocava correspondências com o imã radical Anwar al-Awlaqi, morto em um ataque com drones americanos no Iêmen em setembro de 2011.

O acusado, que devia ser enviado ao Afeganistão antes do ataque, declarou que queria defender seus irmãos muçulmanos de uma guerra ilegal nesse país. Hassan é considerado um "lobo solitário" da Al-Qaeda e foi reconhecido por várias testemunhas.

A juíza militar Tara Osborn insistiu que, durante o processo, o acusado se concentre nos fatos e não em implicações mais amplas. Também proibiu a acusação de mencionar o "terrorismo" como o motivo do ataque e Hassan de tentar provar que queria salvar a vida de muçulmanos no Afeganistão.

No entanto, especialistas preveem que o acusado certamente vai recorrer a esda estratégia.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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