Filho de brasileiros eleito nos EUA admite mentiras em currículo
George Santos também admitiu mentiras sobre vida pessoal
O deputado republicano George Santos, filho de migrantes brasileiros, admitiu em entrevista ao jornal New York Post na noite desta segunda-feira, 26, que mentiu em diversos pontos de seu currículo e vida pessoal durante a campanha eleitoral de novembro.
As revelações sobre a vida de Santos foram publicadas há cerca de uma semana por outro jornal, o The New York Times, o que motivou muitos políticos adversários a pedirem pela renúncia antes da posse, que ocorrerá no dia 3 de janeiro. O republicano foi eleito para representar uma parte da cidade de Long Island e o distrito do Queens, em Nova York.
"Meus pecados foram embelezar o meu currículo, não sou um criminoso", disse ao NYP ao confirmar que irá assumir o cargo.
Santos admitiu que não se formou na Universidade de Baruch em 2010 - sendo que ele não tem ensino superior - e que não trabalhou no Citigroup nem no Goldman Sachs.
Além disso, confessou que escondeu dos eleitores um casamento anterior com uma mulher e que já se relacionou com outros pessoas do sexo oposto. Durante a campanha, o candidato se dizia "abertamente gay", sem mencionar que era bissexual.
Outro ponto de polêmica foi ele ter dito que era "meio judeu". "Eu sou católico, nunca falei que era judeu, minha família materna tem origens judaicas, por isso falei que era 'meio judeu'", acrescentou. Segundo as reportagens dos site CNN e The Forward, que é da comunidade judaica, Santos usou a frase para "enganar" eleitores.
O candidato ainda afirmou que devia "milhares de dólares" em aluguéis nos EUA, desmanchando a imagem de conquistador do "sonho americano" que fez durante a campanha. No entanto, não explicou como conseguiu investir US$ 700 mil em sua candidatura mesmo com tantas dívidas.
Santos ainda negou que tenha problemas com a Justiça. O republicano responde a um processo judicial no Rio de Janeiro por ter usado folhas de talão de cheques de um idoso que a mãe cuidava em Niterói. Na época do suposto crime, em 2008, ele chegou a confessar em depoimento à delegacia, mas depois não foi mais localizado pelo processo, que foi suspenso. O republicano negou tudo isso.