'Finalmente te pegamos': ativista mexicana é detida por agentes da imigração dos EUA
Jeanette Vizguerra, 53, se tornou nacionalmente conhecida após fugir da deportação no primeiro mandato de Donald Trump, em 2017
Jeanette Vizguerra, ativista mexicana pelos direitos dos imigrantes, foi detida em seu local de trabalho por agentes federais em Denver, Colorado. A prisão gerou reações de ativistas e membros do Partido Democrata, que acusam Trump de silenciar opositores políticos.
Conhecida após escapar da deportação ao se esconder, junto aos filhos, em um porão de uma igreja durante o primeiro mandato de Donald Trump, a ativista pelos direitos dos imigrantes Jeanette Vizguerra, 53, foi detida em seu local de trabalho, na última segunda-feira, 17, por agentes federais.
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Cidadã mexicana, Jeanette foi capturada durante a pausa de almoço do trabalho, em uma loja de departamento da cidade de Denver, no Colorado. Testemunhas relataram que, no momento da prisão, um dos agentes declarou: "Finalmente te pegamos".
A ação foi narrada ao The New York Times por Jordan Garcia, amigo de longa data de Jeanette e também ativista pelos direitos dos imigrantes, membro do American Friends Service Comittee.
Jeanette se tornou em notícia quando, em 2017, se abrigou no porão de uma igreja com os três filhos, na esperança de que o local a protegeria das deportações promovidas pela primeira administração Trump. Em 2021, o presidente Joe Biden concedeu um ano de permanência sem o risco de prisões.
No entanto, o receio pela deportação retornou com a posse de Trump, em 20 de janeiro passado, e Jeanette foi alertada sobre o risco a qual estava submetida em meio ao novo governo. Sua prisão era considerada de 'alta prioridade' por seu ativismo em favor de estrangeiros ilegais nos Estados Unidos.
A detenção de Jeanette provocou reações entre ativistas e membros do Partido Democrata no Colorado, que acusam Trump de tentar silenciar opositores às políticas anti-imigração.
"Não vemos como uma política de imigração. Trata-se de mirar adversários políticos e usar a força do governo para puní-los. É uma perseguição a 'nível Putin' contra dissidentes políticos", declarou, em entrevista, Mike Johnston, prefeito de Denver.
Advogados da ativista recorreram de sua prisão na Justiça Federal dos Estados Unidos. Simpatizantes e familiares de Jeanette também fizeram uma vigília em frente à unidade prisional para a qual ela foi levada em Aurora, na região metropolitana de Denver.
A Agência de Imigração e Fronteira (ICE, em inglês) e o governo Trump não se pronunciaram sobre a prisão de Jeanette. A ativista cruzou a fronteira entre México e EUA em 1997 e começou a trabalhar como faxineira. Nos Estados Unidos, ela teve três filhos, mas nunca se legalizou no país.