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Foto do corpo de Trayvon Martin é exposta ao júri nos EUA

Na sessão desta terça-feira, os pais da vítima ouviram o relato detalhado do assassinato de seu filho

25 jun 2013 - 20h43
(atualizado às 21h00)
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<p>Advogados mostram também o moletom que Trayvon Martin usava no dia do crime</p>
Advogados mostram também o moletom que Trayvon Martin usava no dia do crime
Foto: AP

Uma foto do corpo de Trayvon Martin, o jovem negro desarmado morto após suposta confrontação com George Zimmerman em fevereiro de 2012, foi mostrada ao júri nesta terça-feira, na mesma sessão em que os pais da vítima ouviram o relato detalhado do assassinato de seu filho.

Com o depoimento de policiais e técnicos da Divisão Criminal da Polícia, mostrou-se uma foto do corpo de Trayvon e um primeiro plano do disparo no peito. Depois disso, o pai da vítima, Tracy Martin, abandonou a sala na Corte do condado de Seminole, em Sanford, centro da Flórida.

No segundo dia de depoimentos do julgamento de Zimmerman, um ex-segurança voluntário peruano-americano, os promotores tentaram convencer o júri, formado por seis mulheres, e a juíza Debra Nelson que o acusado de homicídio em segundo grau agiu motivado por suspeitas sem fundamentos sobre Martin. Se for considerado culpado, o réu pode ser condenado à prisão perpétua.

Os promotores pediram à juíza que permitisse aos jurados ouvir chamadas feitas pelo acusado à polícia, meses antes do crime de Martin, para denunciar pessoas suspeitas na vizinhança. A juíza ainda não anunciou sua decisão sobre esse pedido.

Para a defesa de Zimmerman, essas ligações telefônicas são irrelevantes. Já para a acusação refletem uma predisposição do acusado em seu trabalho como segurança voluntário.

A juíza declarou recesso até a quarta-feira depois das 17h30 (18h30 de Brasília), em função do extenso interrogatório à testemunha Selene Bahadoor, uma moradora que disse ter ouvido barulho e visto, pela janela, a figura de duas pessoas na noite do assassinato.

"Vi figuras e agitação de braços", contou, acrescentando que, depois, ouviu o tiro, correu para a porta e viu "um corpo na grama".

Outro testemunho de hoje foi o de Wendy Dorival, ex-supervisora no departamento de Polícia de Sanford do programa de Vigilância na Vizinhança (em tradução livre). Ela defendeu o papel desses voluntários, embora tenha ressaltado que "não devem seguir as pessoas suspeitas". "Eu disse a eles: 'Não façam isso que é o trabalho da polícia'", comentou.

O crime de Trayvon Martin deflagrou maciços protestos em várias cidades americanas no ano passado. Zimmerman alegou que atirou em legítima defesa. A polícia prendeu o acusado 44 dias depois do ocorrido, quando crescia o ódio no país e até o presidente Barack Obama pediu uma reflexão sobre os preconceitos raciais.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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