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Fotos do casamento dos Kennedy revivem mito de Camelot

As fotografias foram descartadas na época pelo fotógrafo, que as guardou durante 40 anos no quarto onde costumava revelar os negativos

6 out 2014 - 12h33
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<p>Naquela manh&atilde; de 12 de setembro de 1953, os fot&oacute;grafos n&atilde;o podiam perder o &quot;evento social mais importante do ano&quot;, como publicaram os jornais da &eacute;poca</p>
Naquela manhã de 12 de setembro de 1953, os fotógrafos não podiam perder o "evento social mais importante do ano", como publicaram os jornais da época
Foto: RR Auction/Arthur Burges / Reprodução

A descoberta de fotografias inéditas do casamento dos Kennedy reavivaram nos Estados Unidos o mito de Camelot, a idealização dos dois anos e meio de mandato de John F. Kennedy, que ainda fascina o país e mostra uma imagem mais humana do homem transformado em ícone.

Com o olhar fixo no bolo e as mãos ao redor da faca, o jovem e elegante casal corta o bolo de oito andares em negativos inéditos que serão leiloados online até o próximo dia 15.

Estas imagens ficaram escondidas até 1993 no quarto de Arthur Burges, veterano da Segunda Guerra Mundial e fotógrafo independente contratado pelos Kennedy especialmente para o evento, segundo contou o vice-presidente da casa de leilões RR Auction, Bobby Livingston.

As fotografias foram descartadas na época pelo fotógrafo, que as guardou durante 40 anos no quarto onde costumava revelar os negativos.

Elas revelam um ângulo mais descontraído do casamento, longe do formalismo exigido na época e que a revista Life registrou na célebre reportagem fotográfica de Lisa Larsen.

Durante toda sua vida pública, John F. Kennedy conseguiu pôr sua imagem a seu serviço. Por isso, naquela manhã de 12 de setembro de 1953, os fotógrafos não podiam perder o "evento social mais importante do ano", como publicaram os jornais da época.

Mais de 750 pessoas encheram a igreja St. Mary em Newport, em Rhode Island, adornada com gladiolos rosados e crisântemos brancos, segundo a Biblioteca e Museu de John F. Kennedy.

Ali, o primeiro presidente católico dos EUA pôs um anel de diamantes e esmeraldas no dedo de Jacqueline Bouvier, que a partir de então adotaria o sobrenome de seu marido.

A jovem de estilo afrancesado cresceu no seio de uma família nova-iorquina nos amargos momentos do crash de 1929, completou seus estudos na Europa e conheceu John enquanto fotografava para o jornal "Washington Times-Herald".

Na época John buscava ser senador por Massachusetts, e já era congressista na Câmara dos Representantes, além de ser veterano da Marinha de Guerra.

No dia da cerimônia, Jackie usou um vestido de seda marfim, que a estilista afro-americana Ann Lowe demorou mais de dois meses para desenhar, e que hoje faz parte do museu do ex-presidente.

<p>No dia da cerim&ocirc;nia, Jackie usou um vestido de seda marfim, que a estilista afro-americana Ann Lowe demorou mais de dois meses para desenhar, e que hoje faz parte do museu do ex-presidente</p>
No dia da cerimônia, Jackie usou um vestido de seda marfim, que a estilista afro-americana Ann Lowe demorou mais de dois meses para desenhar, e que hoje faz parte do museu do ex-presidente
Foto: RR Auction/Arthur Burges / Reprodução

Jacqueline, que no casamento usou um longo véu nos cabelos, trouxe de volta à moda os casquetes que marcariam o estilo de uma época ávida de mudanças e que muitos hoje lembram com nostalgia.

Descendente de irlandeses, John se rodeou sempre de uma grande família que no dia do casamento abarrotou a Igreja e o jantar.

Os rostos sorridentes do senador Ted Kennedy e de Bob Kennedy, irmão mais novo de JFK e um de seus melhores conselheiros, são alguns dos que aparecem nas imagens recém reveladas.

O casamento durou dez anos, até a morte do líder, e, apesar dos escândalos e das infidelidades do presidente, se manteve firme, especialmente durante a corrida presidencial de 1960 contra o então vice-presidente Richard Nixon.

Após meses de duro trabalho, na escadaria do Capitólio de Washington em um gelado dia de janeiro, JFK prometeu "cumprir, proteger e defender a Constituição dos Estados Unidos da América".

E assim fez durante dois anos e meio, até que três tiros acabaram com a vida do presidente dos Estados Unidos que mais esperanças havia despertado no mundo todo, um dos momentos mais traumáticos da história recente do país, encerrando a biografia do homem que prometeu ampliar a fronteira do sonho americano.

Nascia então a noção de Camelot, que vinculava a era Kennedy com a lenda do rei Artur, inventada por Jacqueline logo depois do assassinato.

Agora os americanos revivem com estas fotos a parte mais humana do mito, que no dia de seu casamento foi somente um homem apaixonado que cortou o bolo, brincou com seus convidados e dançou a canção "I Married an Angel" com sua esposa.

EFE   
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