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Genro de Trump detalha contatos com russos e nega conluio

24 jul 2017 - 16h30
(atualizado às 17h02)
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Jared Kushner, genro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e um dos principais assessores da Casa Branca, detalhou quatro reuniões que teve no ano passado com autoridades da Rússia em um comunicado no qual ainda disse que "não conspirou" com Moscou durante a campanha eleitoral norte-americana de 2016.

Genro do presidente dos EUA, Donald Trump, e um de seus principais assessores, Jared Kushner fala do lado de fora da Casa Branca
24/07/2017
REUTERS/Joshua Roberts
Genro do presidente dos EUA, Donald Trump, e um de seus principais assessores, Jared Kushner fala do lado de fora da Casa Branca 24/07/2017 REUTERS/Joshua Roberts
Foto: Reuters

Kushner, que se reuniu a portas fechadas com membros do Comitê de Inteligência do Senado, emitiu um comunicado por escrito antes da sessão que forneceu o relato mais completo até o momento de seus contatos com autoridades russas durante a campanha e a transição presidencial.

Empresário como seu sogro, Kushner se descreveu como um novato na política quando se tornou um dos principais assessores da campanha de Trump, e que muitas vezes estava tão atarefado com telefonemas e emails que suas lembranças de alguns encontros são um tanto nebulosas.

"Eu não conspirei, nem sei de ninguém na campanha que tenha conspirado com qualquer governo estrangeiro", disse. "Não tive contatos impróprios. Não contei com fundos russos para financiar minhas atividades empresariais no setor privado."

O Comitê de Inteligência do Senado é um de vários organismos do Congresso investigando a questão russa, além de um inquérito federal criminal a cargo do conselheiro especial Robert Mueller.

Falando na Casa Branca após a reunião, Kushner disse que todas as suas ações foram apropriadas e ocorreram durante "uma campanha muito incomum".

Kushner disse que Trump derrotou sua rival democrata, Hillary Clinton, em novembro de 2016 porque realizou uma "campanha mais inteligente", e que insinuar outra coisa "ridiculariza aqueles que votaram nele".

O presidente republicano, que afirmou que a apuração sobre a Rússia tem motivação política, reagiu com força às investigações nesta segunda-feira no Twitter.

Trump vem sendo assolado por alegações de que seus assessores de campanha trabalharam com a Rússia, que agências de inteligência dos EUA acusaram de interferir na eleição.

Moscou negou qualquer interferência, e Trump diz que sua campanha não conspirou com Moscou.

Kushner estava acompanhado do proeminente advogado de casos de colarinho branco Abbe Lowell para a reunião com membros do Senado, que durou cerca de duas horas e meia.

Em seu comunicado, Kushner disse que se encontrou com o embaixador russo Sergei Kislyak em Washington pela primeira vez em abril de 2016 e trocou um aperto de mãos. Ele afirmou não se lembrar de telefonemas com Kislyak entre abril e novembro do mesmo ano, como noticiado pela Reuters em maio, não ter encontrado indícios das ligações em registros telefônicos e duvidar que elas tenham ocorrido.

Kushner contou ainda que após a eleição, em 13 de dezembro de 2016, se encontrou com Sergei Gorkov, presidente do banco estatal russo Vnesheconombank, por insistência de Kislyak e por ele ter uma "relação direta" com o presidente russo, Vladimir Putin, mas que "nenhuma questão de política de governo específica" foi debatida.

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