George Floyd é homenageado em funeral após onda de protestos
Pessoas de luto se reuniram nesta quinta-feira em Mineápolis em uma cerimônia para lembrar George Floyd, o negro cuja morte sob custódia policial desencadeou uma onda de protestos que assolaram os Estados Unidos em meio à pandemia de coronavírus e uma campanha presidencial acalorada.
O reverendo Al Sharpton, comentarista político da televisão e ativista dos direitos civis que fará um discurso no evento, deu um tom otimista na manhã desta quinta-feira, elogiando a união dos manifestantes que protestavam contra a brutalidade policial.
"Vi mais americanos de diferentes raças e diferentes idades se levantando juntos, marchando juntos, levantando suas vozes juntos", disse ele à MSNBC. "Estamos em um ponto de virada aqui", disse Sharpton antes da cerimônia, que começou às 15h (horário de Brasília).
Multidões de manifestantes têm desafiado toques de recolher e tomado as ruas de cidades de todo o país há nove noites em protestos às vezes violentos que levaram o presidente Donald Trump a ameaçar enviar militares.
Os protestos diminuíram nesta quinta-feira, depois que promotores apresentaram novas acusações contra quatro ex-policiais de Mineápolis envolvidos na morte. Várias grandes cidades reduziram ou suspenderam toques de recolher impostos nos últimos dias, mas nem tudo estava calmo.
No bairro do Brooklyn, em Nova York, a polícia agiu contra uma multidão de cerca de mil manifestantes que desafiavam o toque de recolher, e o procurador-geral dos EUA, William Barr, disse nesta quinta-feira que interesses estrangeiros e "agitadores extremistas" estavam assumindo os protestos.
Em outro caso de acusação racial que ganhou atenção nacional nos EUA, um tribunal ouviu na quinta-feira que um dos homens brancos acusados pelo assassinato do homem negro desarmado Ahmaud Arbery, na Geórgia, usou uma ofensa racial depois de atirar no homem e antes de a polícia chegar ao local.
As homenagens para Floyd, de 46 anos, se estenderão por seis dias e três Estados, disse o advogado da família de Floyd à mídia. Seu assassinato levou a questão racial ao topo da agenda política cinco meses antes das eleições presidenciais de 3 de novembro.