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Ginecologista perde licença médica após ‘prescrever’ estudos bíblicos para paciente que passou por aborto

Profissional teria questionado se mulher queria “ir para o céu e evitar o diabo”

7 nov 2024 - 17h36
(atualizado às 20h39)
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Médico atende paciente
Médico atende paciente
Foto: Getty Images/RunPhoto

Um ginecologista de Los Angeles (EUA) perdeu a licença médica após ser acusado de ‘prescrever’ estudos bíblicos para uma paciente que revelou ter feito um aborto há mais de 30 anos. 

De acordo com informações do jornal Independent, a mulher de 63 anos foi ao consultório do Dr. Lucien Cox para um exame de rotina em setembro de 2021. Ao responder perguntas a um assistente durante a triagem, ela contou que passou por um aborto eletivo em 1987.

Após a ‘revelação’, o médico entrou na sala e passou a pressionar a paciente em busca de mais detalhes do caso. Neste momento, ele questionou se a mulher “tinha Jesus em sua vida”. 

Ao ouvir que ela não era religiosa, Cox perguntou se a mulher queria “ir para o céu e evitar o diabo” e afirmou que “o diabo estava governando o mundo”. Segundo a paciente, o médico passou os 15 minutos seguintes tentando convertê-la e a convidou para participar de uma aula sobre “estudo da Bíblia”, em que ele diz oferecer “aconselhamento para mulheres que sofrem de culpa após um aborto”

Depois do discurso religioso, o médico chamou o assistente de volta para a sala e realizou um exame pélvico e de papanicolau. 

A paciente, então, denunciou a conduta do profissional aos reguladores estaduais. Os agentes realizaram uma investigação e descobriram outra denúncia contra Cox. No processo anterior, uma mulher de 42 anos o acusou de  "tentar examinar [seu] útero pelo reto sem primeiro avisá-la", em 2014. Na ocasião, os policiais chegaram a ser acionados, mas nenhuma acusação criminal foi registrada. 

O processo que retirou a licença de Cox cita conduta antiprofissional e negligência grave. Ao Independent, Peter Osinoff, advogado do médico, negou as acusações e disse que apenas “aconselhou a paciente sobre um programa de estudo da Bíblia que ela poderia achar útil”.

O responsável pela defesa do médico também afirmou que ele não teria perdido a licença, caso tivesse recorrido a um tribunal: “Em vez de prosseguir para uma audiência custosa, o Dr. Cox decidiu abrir mão de sua licença, pois havia fechado seu consultório e estava planejando se aposentar da prática da medicina há algum tempo”.

Quanto à acusação anterior, o advogado também negou que Cox tivesse tentado examinar a paciente sem avisá-la e reforçou que ele “prestou excelente atendimento a milhares de pacientes na comunidade de Los Angeles”.

Fonte: Redação Terra
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