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Imigrantes vítimas de violência esperam 3 anos por vistos especiais nos EUA

10 dez 2016 - 12h02
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Os vistos U, que são concedidos a pessoas que sofrem violência nos Estados Unidos, salvaram milhares de imigrantes ilegais de serem deportados, mas, com a retórica anti-imigração do presidente eleito, Donald Trump, se tornaram um recurso muito popular, e a lista de espera é de até três anos.

José Guzmán, presidente da organização Pais de Filhos de Vítimas do Crime, com sede em Phoenix (Arizona), disse à Agência Efe que o processo para obter o visto U é lento, já que milhares de imigrantes estão na fila para obtê-lo.

"Sei que o senhor Trump vai entrar em janeiro (na Casa Branca) e as pessoas estão nervosas e assustadas porque ele prometeu fazer deportações, mas, no caso deste visto (quando o solicitante não tem ficha criminal), o processo pode ser demorado, mas termina", disse.

Guzmán sabe de primeira mão a violência e o trabalho de levar estes crimes aos tribunais. Em 2005 ladrões mataram seu filho quando tentaram roubar o restaurante onde trabalhava, em Phoenix. Desde então, criou a fundação sem fins lucrativos e ajuda a tramitar o visto "U" para centenas de imigrantes.

"Em três meses, resolvo mais de 300 casos, já que recebo de 10 a 15 vítimas diariamente. Assim que me contam seus casos, já sei se são elegíveis, os acompanho ao tribunal e ajudo no processo sem cobrar nada", contou Guzmán.

O Serviço de Cidadania e Imigração (Uscis, na sigla em inglês) só aprova 10.000 pedidos de vistos "U" anualmente. Neste ano se completam sete seguidos nos quais a agência emite a quantidade máxima destes vistos desde que começou a expedi-los, em 2009.

Por lei, se o teto for alcançado antes de que sejam tramitados todos os pedidos, é aberta uma lista de espera.

Guzmán disse que os casos que mais atende são os de violência doméstica e abuso de menores, assim como sequestros, roubos em estabelecimentos comerciais e crimes violentos.

Qualquer imigrante vítima direta ou indiretamente de algum crime pode solicitar este visto, explicou à Efe Daniel Rodríguez, advogado especialista em imigração.

"Pais ou filhos podem conseguir papéis mutuamente pelo simples fato de ser uma vítima indireta. Além disso, se a vítima colaborar com as autoridades para fazer justiça, como testemunhar na corte, é candidato para este tipo de benefício", destacou.

Este visto foi criado em 2009 por meio da aprovação da Lei de Proteção a Vítimas do Tráfico Humano e Violência (incluindo a Lei de Proteção de Mulheres Imigrantes Abusadas).

A iniciativa busca investigar e processar judicialmente casos de violência doméstica, abuso sexual, tráfico de estrangeiros e outros crimes, além de proteger as vítimas do abuso mental produto de crimes e as pessoas que estão dispostas a ajudar as autoridades na investigação e perseguição de alguma atividade criminosa.

Rodríguez esclareceu que o visto não é válido em todas as situações de crimes e que a documentação de provas é fundamental e eficaz, como as de dano físico.

O especialista salientou que o perdão para imigrantes com antecedentes criminais fica a critério das autoridades migratórias, e estes permanecem no sistema com alta prioridade de deportação. No entanto, para as pessoas sem antecedentes penais, este visto sempre será mais viável e não afetará sua estadia no país. Se a pessoa tem uma ficha limpa e tiver o visto rejeitado, o risco de deportação é mínimo, porque não é prioridade, ainda segundo Rodríguez.

O advogado frisou que o mais importante é que os imigrantes obtenham uma certidão de alguma autoridade comprovando que foram vítimas de violência, o que não representa benefício legal para permanecer no país.

"Quando a espera é de três anos, normalmente em um ano e meio esse pedido é aprovado condicionalmente, e eles recebem uma licença de trabalho que os protege da deportação, mas, antes desse tempo, ficam sujeitos ao critério de migração", detalhou.

Por outro lado, o fundador da ONG Pais de Filhos de Vítimas do Crime advertiu que, devido às fraudes que foram detectadas em casos fictícios, as autoridades migratórias têm muito cuidado nas investigações para conceder este tipo de visto.

EFE   
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