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Intelectuais pedem que Obama torne doação de órgãos atraente

"Doar órgãos não deve recair de forma desproporcional nas pessoas com renda muito mais baixa", observa o grupo

12 nov 2014 - 17h37
(atualizado às 17h39)
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<p>Grupo com cerca de 300 médicos instou o governo a tornar a doação de órgãos mais atraente para o público em geral</p>
Grupo com cerca de 300 médicos instou o governo a tornar a doação de órgãos mais atraente para o público em geral
Foto: EFE/Archivo

Cerca de 300 médicos, líderes religiosos e especialistas em ética pediram nesta quarta-feira ao presidente americano, Barack Obama, que reveja o sistema de doação de órgãos para torná-lo mais atraente e, assim, acabar com a escassez crônica.

Em carta aberta à administração Obama, o grupo instou o governo a tornar a doação de órgãos mais atraente para o público em geral.

"Infelizmente, as políticas de transplante têm sido regidas por uma hipótese não fundamentada: que os doadores não podem receber benefícios por suas doações, sem ser explorados, ou forçados", diz o texto assinado por especialistas das Universidades de Harvard, Columbia, Georgetown e Princeton, assim como especialistas em ética e autoridades religiosas.

O grupo pede que as agências federais americanas, como o Instituto Nacional de Saúde (NIH, na sigla em inglês), comece os estudos científicos sobre o tema.

Sugerem, ainda, que o governo evite oferecer dinheiro vivo, preferindo um enfoque mais regulamentado, que ofereça aos doadores vivos benefícios, como um seguro para doenças mais longo, créditos nos impostos, ou contribuições para as pensões.

Para os doadores de órgãos falecidos, considera-se estudar a possibilidade de arcar com as despesas funerárias, ou fazer doações em seu nome.

"Doar órgãos não deve recair de forma desproporcional nas pessoas com renda muito mais baixa", observaram.

Os Estados Unidos proíbem aos doadores de órgãos receber qualquer forma de retribuição.

Atualmente, há cerca de 100 mil pessoas na fila de espera por um rim, número que disparou no país nos últimos anos. Cerca de sete mil pessoas morrem todo ano à espera de um transplante, ou porque sua saúde se deteriorou demais para recebê-lo.

O problema afeta de forma desproporcional as minorias, como os afro-americanos e os hispânicos, que, em geral, esperam de quatro a cinco vezes mais do que um paciente branco.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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