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John Kerry pede "concessões razoáveis" entre israelenses e palestinos

Israel e Palestina voltam a negociar a paz após três anos; reuniões acontecem em Washington, nos Estados Unidos

29 jul 2013 - 19h40
(atualizado às 19h56)
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O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, pediu na segunda-feira a Israel e aos palestinos que façam "concessões razoáveis" pela paz, no dia em que ele planeja conduzir a primeira negociação direta entre as partes em quase três anos.

"Não é segredo que esse é um processo difícil. Se fosse fácil, teria acontecido há muito tempo", disse Kerry ao lado do seu recém-nomeado enviado especial para o processo de paz israelo-palestino, Martin Indyk, ex-embaixador dos EUA em Israel.

"Há pela frente muitas escolhas difíceis para os negociadores e para os líderes, já que buscamos concessões razoáveis a respeito de questões duras, complicadas, emocionais e simbólicas”", acrescentou Kerry.

Em um sinal dos desafios, as partes divergiram publicamente sobre a agenda para as discussões. Uma autoridade israelense disse que todas as questões serão discutidas simultaneamente, enquanto um autoridade palestina afirmou que o processo começará com as discussões sobre fronteiras e segurança.

Os EUA querem mediar um acordo que leve a uma "solução com dois Estados", por meio da qual Israel conviveria pacificamente como um novo Estado palestino a ser criado na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, terras ocupadas por Israel desde uma guerra em 1967.

Entre as principais questões a serem resolvidas para encerrar o conflito de mais de seis décadas estão as fronteiras, o futuro dos assentamentos judaicos na Cisjordânia, o destino dos refugiados palestinos e o futuro de Jerusalém.

A retomada das negociações de paz é um feito de Kerry, que realizou seis viagens à região nos últimos quatro meses para tentar trazer as partes em conflito para a mesa. Muitos analistas, no entanto, estão céticos quanto às chances de um acordo de paz, em parte por causa das divisões internas entre os palestinos e os israelenses.

As negociações, programadas par durarem nove meses, estão marcadas para começar com um iftar -- refeição noturna com a qual os muçulmanos encerram o jejum diário no mês do Ramadã às 20h (21h em Brasília), no Departamento de Estado, segundo autoridades norte-americanas.

As reuniões devem continuar na terça-feira, quando Kerry deve fazer um anúncio sobre os próximos passos. A delegação israelense é comandada pela ministra da Justiça, Tzipi Livni, e pelo assessor governamental Yitzhak Molcho. A delegação palestina é chefiada por Saeb Erekat e Mohammed Ishtyeh.

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