O cinegrafista americano que contraiu o vírus Ebola na Libéria chegou nesta segunda-feira aos Estados Unidos para se submeter a tratamento médico, noticiou a emissora NBC.
O avião transportando Ashoka Mukpo, de 33 anos, partiu no domingo da capital liberiana, Monróvia, e fez uma escala curta em Bangor (Maine, EUA), antes de levar o paciente para o Centro Médico de Nebraska, acrescentou a NBC.
'Freelancer', Mukpo tinha sido recrutado pela emissora americana NBC e estava em observação desde a quarta-feira da semana passada em um centro de tratamento contra o Ebola, chefiado pela ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), a leste da capital liberiana.
O Centro Médico de Nebraska é, atualmente, um dos poucos estabelecimentos americanos com capacidade para receber pacientes afetados pelo Ebola, e já atendeu e curou um médico que tinha sido contaminado por esta febre hemorrágica na Libéria.
Este é o quarto americano contaminado no país africano e o primeiro jornalista estrangeiro afetado desde o início da epidemia, que matou vários jornalistas locais.
Mukpo "está de bom humor" e, como indício positivo, consegue comer e beber sem ajuda, afirmou a jornalista especializada em temas médicos da NBC News, Nancy Snyderman.
Ele "não se sente doente", afirmou o pai do paciente, Mitchell Levy.
"Estamos realmente contentes de que seus sintomas ainda não sejam severos", disse a mãe dele, Diana Mukpo.
A presidente da NBC News, Deborah Turness, afirmou na sexta-feira passada que os integrantes da equipe que trabalhava com Ashoka Mukpo também seriam repatriados e colocados em quarentena, embora nenhum deles apresentasse sintomas da doença até o momento.
No total, seis americanos foram infectados no oeste da África com o vírus Ebola, cinco dos quais foram repatriados.
O sexto, Patrick Sawyer, que também tinha nacionalidade liberiana, morreu em julho na Nigéria, após viajar para a Libéria.
A Libéria é o país mais afetado pela febre hemorrágica e concentra cerca de dois terços dos 3.300 mortos por Ebola na África ocidental.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que "medidas drásticas" devem ser tomadas para conter o surto de ebola na África Ocidental, que já matou cerca de 400 pessoas. É o maior surto em números de casos, número de mortes e em distribuição geográfica. Na foto, uma equipe está próxima ao corpo de uma vítima
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Mais de 600 casos já foram registrados na República da Guiné, onde o surto começou há 4 meses em Guekedou (foto acima). O local já foi um importante posto de troca na região, atraindo comerciantes de diversos países vizinhos.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertou que o surto de ebola está fora do controle. O MSF tem cerca de 300 funcionários nacionais e internacionais trabalhando nos países onde o vírus se espalhou. Outros países estão sob alerta. A foto acima mostra um paciente sendo tratado por funcionários da organização.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
O ebola é uma doença viral, cujos sintomas inciais podem incluir febre repentina, forte fraqueza, dores musculares e de garganta, segundo a OMS. E isso é só o início: o próximo passo é vômito, diarreia e, em alguns casos, hemorragia interna e externa.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
O vírus é altamente contagioso,e não tem vacina ou cura, por isso equipes médicas usam roupas especiais para evitar contaminação. Dependendo da força, até 90% dos infectados morrem. Na foto, pacientes esperam resultado de exames de sangue
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Os testes de laboratório irão determinar em questão de horas se as amostras contém ou não o vírus do ebola
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Após exposição ao vírus na área isolada, roupas e botas das equipes de atendimento são desinfetadas com cloro
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Além de cuidar da clínica, a equipe tenta conscientizar as pessoas sobre a doença. No bairro de Touloubengo, colchões são distribuídos a cinco famílias cujas casas foram desinfetadas após a morte de um membro.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Sia Bintou passou mais de 10 dias em tratamento, com poucas esperanças de deixar o local viva, mas sobreviveu. Enquanto não há um tratamento específico para o ebola, a equipe tenta fortalecer os pacientes tratando os sintomas.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
Mas nem todos se salvam. Nessa foto, a família de Finda Marie Kamano, incluindo sua irmã (centro), e outros membros da comunidade, estão presentes em seu funeral próximo a sua casa.
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
A sepultura de Finda Marie é marcada com um broto de árvore
Foto: Sylvain Cherkaoui/Cosmos/MSF / BBC News Brasil
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