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Estados Unidos

Julgamento de assassinato decepciona familiares da vítima nos EUA

8 jul 2010 - 23h28
(atualizado em 9/7/2010 às 04h41)
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Um agente do metrô de San Francisco, no norte da Califórnia, foi condenado por homicídio culposo nessa quinta-feira, por atirar e matar um jovem negro em janeiro de 2009, o que provocou uma onda de protestos raciais.

Polícia derruba um dos vários manifestantes que protestaram contra o veredicto de Oakland
Polícia derruba um dos vários manifestantes que protestaram contra o veredicto de Oakland
Foto: AP

O veredicto do júri foi recebido com "extraordinária decepção" pela defesa e os familiares da vítima, enquanto o governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, pediu calma, especialmente na cidade de Oakland, onde ocorreu o incidente.

Por razões de segurança, o julgamento foi realizado em Los Angeles (600 km ao sul de Oakland). O agente Johannes Mehserle, 28 anos, então funcionário do Bay Area Rapid (BART, sistema de metrô da região de San Francisco) atirou e matou Oscar Grant, um jovem de 22 anos, no dia 1º de janeiro de 2009, em uma estação do metrô de Oakland.

Segundo o juiz Robert J. Perry, a audiência para a sentença contra Mehserle será no dia 6 de agosto. O homicídio culposo é punido com pena de entre dois e quatro anos de prisão, mas o uso de arma de fogo constitui um ato agravante.

Mehserle fez o disparo ao atender a um chamado sobre uma briga no metrô. O incidente de Oakland foi gravado em vídeo e transmitido amplamente pelas redes de TV americanas e pela Internet.

John Burris, advogado da família de Oscar Grant, disse que o veredicto "não reflete a verdade dos fatos, e ficamos sumamente decepcionados com isso. Trata-se de um caso de assassinato, um assassinato em segundo grau" (doloso mas não premeditado), afirmou Burris, que também pediu calma à população.

Wanda Johnson, mãe da vítima, disse que "o sistema nos abandonou, mas Deus nunca nos deixará. Como família e como parte de uma nação de gente afroamericana, seguiremos lutando por nossos direitos nesta sociedade. Meu filho foi assassinado. Ele foi assassinado, e a lei não está tratando este oficial como deveria", afirmou Wanda Johnson.

Para o tio da vítima, Cephus "Bobby" Johnson, a família "foi esbofeteada na cara por este sistema que nos nega a verdadeira justiça".

Em meados de janeiro de 2009, a morte de Grant provocou manifestações de centenas de pessoas no centro de Oakland, que incluíram atos de violência causando um prejuízo de 150 mil dólares, segundo números oficiais.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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