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Latinos reclamam de Obama por atraso em lei de imigração

7 set 2014 - 19h15
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O presidente americano anunciou novo envio de tropas para o Iraque após mais um jornalista dos EUA ser decapitado por rebeldes
O presidente americano anunciou novo envio de tropas para o Iraque após mais um jornalista dos EUA ser decapitado por rebeldes
Foto: Ints Kalnins / Reuters

Neste domingo, parlamentares de origem hispânica e ativistas criticaram duramente a decisão do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de adiar a ordem executiva sobre imigração e prometeram continuar a pressão sobre ele em busca de mudanças.

Os deputados democratas Luis Gutiérrez e Tony Cárdenas o acusaram de "fazer jogo político" ao dizer que deve esperar as eleições legislativas de novembro para mudar a lei. O anúncio representou uma mudança de posição de Obama, que havia prometido publicamente agir sobre o tema até meados do ano.

"Jogar de forma segura talvez vença a eleição", disse Gutiérrez no programa This Week, da emissora de televisão ABC. "Mas quase nunca leva ao que é justo e a boas políticas públicas das quais podemos nos orgulhar", completou. 

Apesar de muitos ativistas terem pressionado a Casa Branca a aliviar as deportações de imigrantes sem documentação, o sentimento de cautela no público em geral começou a ser alimentado por acusações republicanas de que ordens executivas poderiam ser um abuso de autoridade de Obama. 

Os democratas estão preocupados, pois a ação executiva poderia fazer com que o partido perdesse o controle do Senado em novembro.

Gutiérrez, membro do fórum hispânico do Congresso e um ferrenho ativista da reforma da imigração, disse que ligou para Obama e para funcionários de alto escalão da Casa Branca depois de ouvir que a ação seria adiada. Disse ainda que espera se encontrar com representantes da administração esta semana para discutir o problema.

Cárdenas, que faz parte do mesmo grupo hispânico, também se manifestou. "Estamos todos frustrados com ele neste momento porque está demorando demais para assinar as ordens executivas. Não gosto do que os conselheiros do presidente podem estar dizendo para ele. Posso apenas especular que eles o encorajaram a esperar. Eu preferia que ele fizesse isso agora", disse ao programa State of the Union, da CNN.

Ativistas a favor da imigração também criticaram a demora. "A última promessa quebrada do presidente é outro tapa na cara da comunidade latina e imigrante", disse a diretora administrativa do grupo United We Dream, Cristina Jiménez, em um comunicado. 

No ano passado, o Senado passou uma lei de imigração que teria sido o caminho para 11 milhões de imigrantes ilegais conquistarem a cidadania dos Estados Unidos, mas a lei parou na Câmara, controlada pelos republicanos.

Os adversários republicanos à lei do Senado a chamaram de "anistia" para pessoas que entraram no país ilegalmente.

Obama deixou claro em uma entrevista para o programa Meet the Press, da NBC, que ainda planeja tratar da imigração, mas disse que trabalharia para construir apoio antes de dar esses passos.

"Eu quero esperar um pouco, mesmo enquanto ainda estamos acertando os detalhes da ação executiva, para garantir que o público entenda por que estamos fazendo isso, por que é a coisa certa para o povo americano, por que é a coisa certa para a economia americana", afirmou.

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