Líbia diz que EUA sequestraram homem acusado de ser líder da Al-Qaeda
O governo de Trípoli anunciou neste domingo que o cidadão líbio Abu Anas al-Libi, acusado pelos Estados Unidos de pertencer à Al-Qaeda, foi sequestrado e que não estava a par da operação militar americana que resultou na captura no sábado. "O governo líbio acompanha as informações sobre o sequestro de um dos cidadãos líbios procurado pelas autoridades dos Estados Unidos", afirma um comunicado divulgado pelo governo de transição em Trípoli.
"Desde que tomou conhecimento da informação, o governo líbio entrou em contato com as autoridades americanas para pedir explicações a respeito", completa a nota. O governo também expressou o "desejo de ver os cidadãos líbios julgados em seu país, independente das acusações contra eles".
No comunicado, o Executivo recorda que a Líbia estava vinculada com os Estados Unidos por uma "cooperação estratégica", em especial na área de segurança e defesa. "O governo espera que esta cooperação estratégica não seja afetada por este incidente", destaca.
Washington anunciou no sábado a detenção na Líbia de Abu Anas al-Libi, um dos supostos líderes da Al-Qaeda, procurado pelos Estados Unidos como suspeito de participar nos atentados de 1998 contra as embaixada americanas na Tanzânia e Quênia.
"Como resultado de uma operação antiterrorista, Abu Anas al-Libi está agora legalmente detido por militares americanos em um local seguro fora da Líbia", anunciou o porta-voz do Pentágono, George Little.
De acordo com a CNN, que citou uma fonte do governo americano, Trípoli estava informado da operação, realizada a plena luz do dia. A captura encerra uma busca de mais de 13 anos.
Al-Libi, cujo verdadeiro nome é Nazih Abdul Hamed Al Raghie, de 49 anos, foi membro do Grupo Islâmico de Combate Líbio (GICL) antes de se incorporar à Al-Qaeda. O objetivo do GICL era derrubar o regime de Muammar Khadafi e, em seu lugar, instituir um Estado islâmico radical. Abu Anas al-Libi, 49 anos, pode ser julgado nos Estados Unidos, onde é acusado por seu papel nos atentados contra as embaixadas americanas de Dar es Salam e Nairóbi em 1998.