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Mãe de jovem negro pede prisão de policial que o matou

Caso de Brown, jovem negro morto por um policial no estado de Missouri, causou repercussão internacional na última semana

18 ago 2014 - 11h54
(atualizado às 11h55)
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Leslie Brown pediu para que policial que atirou e matou seu filho seja preso
Leslie Brown pediu para que policial que atirou e matou seu filho seja preso
Foto: Michael B. Thomas / AFP

A mãe do adolescente Michael Brown, 18 anos, Leslie, fez um apelo nesta segunda-feira para que o policial que atirou em seu filho seja preso. "Prendam esse homem e façam ele ser responsabilizado por suas ações", disse Leslie.

Ela deu uma entrevista exclusiva ao programa 'Goord Morning America', da ABC, e pediu para que a "justiça seja feita", acrescentando que não foi avisada que as imagens de seu filho haviam sido divulgadas pela polícia local. Leslie ainda disse que, em nenhum momento, foi contatada pelos policiais que atendem o caso.

Ainda nesta segunda, o jornal The New York Times divulgou os resultados preliminares da autópsia independente do corpo de Brown. Eles mostram que o jovem foi atingido por seis disparos, sendo dois na cabeça. Leslie declarou que as revelações dos exames "estão sendo muito, muito difíceis. Isso confirma nossos piores receios de que as testemunhas estavam dizendo a verdade: que nosso filho foi baleado várias vezes. E o que é pior é que ele foi atingido na cabeça", disse Leslie à ABC.

Um dos tiros teria sido dado na parte superior do crânio, o que indica que o jovem estava com a cabeça inclinada quando foi morto. O exame foi feito pelo médico Michael M. Baden, ex-chefe de medicina legal de Nova York, que voou para o Missouri para fazer a autópsia.

Intervenção da Guarda Nacional 

Por causa dos violentos protestos pela morte do adolescente, o governador do Missouri, Jay Nixon, pediu a intervenção da Guarda Nacional norte-americana para re-estabelecer a ordem e a calma na região de Ferguson, subúrbio de Saint Louis. O número de enfrentamentos aumentou hoje por culpa da divulgação da autópsia independente do corpo do adolescente. "Um dia de esperança, orações e protestos pacíficos foi marcado por atos criminais violentos por um número que só aumenta de organizações e pessoas que nem moram na cidade ou no estado.

Esses atos colocam os cidadãos e os trabalhadores de Ferguson em risco. Eu me junto às pessoas de Ferguson e do Missouri que estão condenando fortemente esses atos criminosos", escreveu Nixon em nota.

Na noite de sábado para domingo, um violento protesto ocorreu na região da morte de Brown e causou a prisão de sete pessoas. Uma foi ferida pelos policiais e está em estado grave no hospital, informou o capitão Ron Johnson, responsável pela patrulha na cidade.

Entenda o caso 

Brown foi morto no dia 9 de agosto por um policial branco após uma abordagem policial. A revolta da população, que organizou protestos em outras partes dos Estados Unidos, é pelo fato da polícia local sustentar que Brown teria roubado cigarros de um pequeno mercado de Ferguson. Além disso, a polícia afirma que o policial foi agredido pelo garoto.

Porém, quando o policial branco o assassinou, ele não sabia do caso de roubo. De acordo com muitas testemunhas, o jovem negro estava desarmado e não apresentou reação alguma a abordagem policial, estando com as mãos levantadas. Desde o dia do assassinato, protestos são realizados diariamente na região e dezenas de lojas foram saqueadas. Mais de 30 pessoas foram presas nas manifestações e a polícia utiliza bombas de gás lacrimogêneo, cacetetes e balas de borracha para tentar acalmar os manifestantes. Foi também instaurado toque de recolher entre a meia-noite e às 5h da manhã.

O caso acirrou a tensão racial que existe nos Estados Unidos e até o presidente do país, Barack Obama, fez um discurso falando sobre o incidente. O mandatário pediu "calma" à população e afirmou que o FBI está fazendo uma investigação paralela sobre a morte do jovem. 

As informações são da agência ANSA.

Fonte: Terra
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