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Milhares comparecem a funeral de policial assassinado em NY

Porta-voz do Departamento de Polícia Stephen Davis disse que o funeral de Ramos pode ser o maior na história da força

27 dez 2014 - 17h38
(atualizado às 18h31)
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Essas mortes e as decisões de não processar os oficiais responsáveis geraram protestos nacionais
Essas mortes e as decisões de não processar os oficiais responsáveis geraram protestos nacionais
Foto: Mike Segar / Reuters

Dezenas de milhares de policiais e outros encheram uma igreja de Nova York e ruas próximas para o funeral, neste sábado, de um dos dois policiais mortos por um homem que afirmou estar vingando as mortes de homens negros desarmados pela polícia.

As mortes de Rafael Ramos e seu parceiro de patrulha Wenjian Liu se tornaram um ponto de encontro em âmbito nacional para a polícia e apoiadores, sitiados por meses de protestos nas ruas acusando a polícias de práticas racistas.

"Seu marido, e o parceiro dele, eram parte dos melhores de Nova York, e essa não é uma frase qualquer", disse o vice-presidente norte-americano, Joe Biden, para a viúva de Ramos, Maritza, diante do caixão, banhado em luz azul.

"Eu acredito que a grande força policial dessa cidade incrivelmente diversa pode e irá mostrar à nação como superar qualquer divisão. Vocês já fizeram isso antes e vão fazer novamente."

O porta-voz do Departamento de Polícia Stephen Davis disse que o funeral de Ramos pode ser o maior na história da força. As ruas do lado de fora da igreja estavam cheias de blocos com multidões de oficiais em uniformes azuis, incluindo delegações de Boston, Atlanta, St. Louis e Nova Orleans.

Essas mortes e as decisões de não processar os oficiais responsáveis geraram protestos nacionais
Essas mortes e as decisões de não processar os oficiais responsáveis geraram protestos nacionais
Foto: Mike Segar / Reuters

O serviço na igreja Christ Tabernacle, no Queens, bairro de Ramos, também trouxe o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, policiais e líderes de sindicato pela primeira vez a público desde um confronto há uma semana no hospital onde Ramos e Liu foram declarados mortos.

Horas após Ramos, 40, e Liu, 32, serem assassinados enquanto estavam sentados em seu carro de patrulha no Brooklyn, em 20 de dezembro, policiais viraram suas costas ao prefeito, em um sinal de desgosto, quando este chegou ao hospital.

Marcando as relações mais conturbadas em décadas entre o prefeito de Nova York e seu departamento de polícia, líderes de sindicatos, enfurecidos por sua expressão de apoio aos protestos contra as práticas policiais, disseram que o prefeiro tinha "sangue em suas mãos".

Neste sábado, enquanto de Blasio começava a falar no funeral, milhares de policiais em pelo menos uma parte da multidão do lado de fora viraram as costas para a grande tela de projeção.

"Ele teve um sonho de que um dia seria policial", disse de Blasio sobre Ramos, que se juntou ao departamento de polícia relativamente tarde em sua vida, após uma carreira como oficial de segurança de uma escola.

Imagens mostram ação policial que deixou jovem morto em St Louis:

"Ele não podia esperar para colocar aquele uniforme. Ele acreditava em proteger os outros e aqueles que são chamados para proteger outros são de uma espécie especial."

O governador de Nova York, Andrew Cuomo, falou sobre como Liu e Ramos representavam a diversidade do departamento policial da cidade, que possui oficiais de mais de 50 nacionalidades que falam 64 línguas, disse.

O assassino dos policiais, Ismaaiyl Brinsley, de 28 anos, se matou logo após o ataque e havia atirado e ferido, no mesmo dia, sua ex-namorada em Baltimore.

Parentes e amigos próximos de Ramos se lembraram dele como um homem devoto à sua igreja e que ligava para as pessoas que amava com frequência só para saber como estavam.

"Pai, vou sentir sua falta com cada fibra do meu ser", disse seu filho Justin no velório de sexta-feira.

Brinsley, que era negro, havia escrito na Internet que queria matar policiais para vingar a morte de Eric Garner e Michael Brown - homens negros desarmados mortos por policiais brancos em Nova York e Ferguson, Missouri.

Essas mortes e as decisões de não processar os oficiais responsáveis geraram protestos nacionais, renovando o debate sobre raça nos Estados Unidos, que tem atraído o presidente Barack Obama.

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