Morre Marion Barry, controverso ex-prefeito de Washington

O ex-prefeito de Washington Marion Barry, que dominou o cenário político da capital norte-americana por décadas, apesar de seus escândalos e de sua breve passagem pela prisão por posse de drogas, morreu aos 78 anos - anunciou neste domingo o hospital onde ele estava sendo atendido.

A porta-voz do United Medical Center, Natalie Williams, confirmou a morte, mas não forneceu outros detalhes. Barry havia recebido um transplante de rim há cinco anos e também sofria de câncer de próstata e diabetes.

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Em nota divulgada neste domingo, o presidente Barack Obama lembrou de Barry como "parte integrante da política em Washington durante décadas", acrescentando que ele "participou dos avanços dos direitos civis para todos".

"Ele pôs em vigor programas históricos para tirar trabalhadores da pobreza, elevar as oportunidades e começar a executar as promessas da lei de autonomia para a cidade de Washington", completou Obama.

Sobre Marion Barry

Oriundo do Mississippi e filho de trabalhadores agrícolas, Barry se tornou ativista do movimento pelos direitos civis e ganhou reconhecimento rapidamente graças a um carisma inegável e a sua vontade de melhorar as condições de vida da população negra, majoritária na capital.

Eleito prefeito pela primeira vez em 1978, colocou em andamento diversos programas de assistência social, especialmente para favorecer a geração de trabalho para a comunidade negra.

Em 1990, durante seu terceiro mandato na prefeitura, foi detido por uso e posse de crack em uma operação filmada pelo FBI que o levou à prisão por seis meses.

Isso não o impediu de voltar a se apresentar como candidato e, em 1994, Barry, conhecido como "o prefeito eterno" de Washington, obteve nas urnas um quarto mandato. Na campanha, longe de ocultar sua passagem pela prisão, ele a utilizou como exemplo das capacidades do homem de se superar.

Seu quarto mandato foi cercado por desafios, em especial, diante do aumento da criminalidade e de um enorme déficit das finanças.

Em 2009, quando era vereador por Washington, Barry foi detido, sob acusação de assédio sexual a uma mulher.