Novo dia de protestos em apoio a Baltimore termina em confusão na Filadélfia
Os Estados Unidos viveram nesta quinta-feira uma nova jornada de manifestações em várias cidades contra a brutalidade policial, protestos que por enquanto transcorrem pacificamente em Baltimore, mas que desencadearam alguns confrontos com a polícia na vizinha Filadélfia.
À espera do início do toque de recolher às 22h (horário local, 23h de Brasília), milhares de pessoas se manifestam pacificamente pelas ruas de Baltimore como já ocorreu ontem para protestar pela morte do jovem negro Freddie Gray por causa dos ferimentos que sofreu quando se encontrava sob custódia policial.
No entanto, a 170 quilômetros dali, a marcha na Filadélfia desencadeou alguns episódios de enfrentamentos violentos entre os manifestantes e a polícia, e as emissoras de televisão americanas mostraram imagens de empurrões contra um grupo de agentes completamente cercados.
Filadélfia, a maior cidade do estado da Pensilvânia e a quinta maior dos EUA, tem 44% de população negra, parte da qual saiu à rua para solidarizar-se com seus vizinhos de Baltimore sob o lema "Philly (apelido coloquial da cidade) é Baltimore".
Apesar dos empurrões mostrados pelas televisões dos EUA, não parece que a situação na Filadélfia esteja fora de controle, e os enfrentamentos não se aproximaram em nenhum caso da violência vista em Baltimore na segunda-feira, onde vários agentes ficaram feridos.
São várias as cidades dos EUA que estão se solidarizando com Baltimore nos últimos dias, e ao longo da semana foram convocadas passeatas em outras urbes com grande presença de população negra como Nova York, Chicago e Oakland (Califórnia).
A polícia de Baltimore entregou hoje à procuradoria o "exaustivo" relatório sobre a morte de Freddie Gray e revelou alguns detalhes até agora desconhecidos sobre as circunstâncias que rodearam sua detenção e custódia no último dia 12 de abril, quando sofreu uma lesão na coluna que lhe provocou a morte uma semana depois.
O subcomissário da polícia de Baltimore, Kevin Davis, declarou que a caminhonete aonde levavam Gray fez uma segunda parada - de um total de quatro - no caminho à delegacia para subir com outro detido.
O outro homem indicou aos investigadores que a caminhonete não deu freadas fortes ou fez movimentos bruscos no resto do trajeto que ele compartilhou com Gray, que "se movimentava, dava chutes e fazia ruídos".
O jornal "The Washington Post" conseguiu falar com o detido que supostamente subiu ao furgão policial e este teria garantido que Gray estava tentando se autoflagelar.
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