Obama diz que países europeus também espionam EUA
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, minimizou a controvérsia sobre se Washington havia espionado seus aliados europeus, dizendo nesta segunda-feira que os serviços de inteligência em todo o mundo - inclusive na UE - buscam informações adicionais além dos regulares relatórios de mídia.
A União Europeia, Paris e Berlim pediram explicações a Washington após as últimas acusações de espionagem, atribuídas ao ex-consultor dos serviços de inteligência Edward Snowden e divulgadas pela revista alemã Der Spiegel no último fim de semana.
Obama afirmou que informará totalmente seus aliados europeus assim que tiver todas as informações. "Quando tivermos uma resposta, vamos fornecer todas as informações que nossos aliados quiserem", disse Obama em uma coletiva de imprensa na Tanzânia.
A reportagem da revista semanal informava sobre ações de espionagem realizadas pela Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) em representações diplomáticas da União Europeia (UE).
Obama afirmou que os Estados Unidos "analisarão este artigo para descobrir do que ele pode ou não estar falando. O que vamos fazer é nos comunicar de forma apropriada com nossos aliados". Embora não tenha reconhecido a ação de espionagem por parte de seu país, o presidente sugeriu que todas as partes envolvidas investigam umas às outras sistematicamente.
"Nas capitais europeias há pessoas que estão interessadas, se não no que eu comi no café da manhã, ao menos em quais seriam os tópicos da minha conversa se eu conversasse com seus líderes", disse Obama.
Mas ele também ressaltou suas relações próximas com seus aliados europeus, acrescentando: "Se eu quiser saber o que a chanceler Angela Merkel está pensando, eu telefonarei para a chanceler (Angela) Merkel", e, da mesma forma, ao presidente francês François Hollande.
Um documento, datado de setembro de 2010 e classificado como "extremamente confidencial", descreve como a NSA espionou a missão da União Europeia em Washington, afirma a Der Spiegel. Microfones foram instalados no edifício e a rede de computadores foi invadida, fornecendo à agência acesso a e-mails e a documentos internos.
A delegação da UE nas Nações Unidas também foi alvo de uma vigilância parecida, segundo a revista, acrescentando que a espionagem também se estendeu à sede do bloco europeu composto por 28 países, em Bruxelas.