Obama pede US$ 500 milhões para armar rebeldes sírios
Se aprovada pelo Congresso, medida implicaria mudança significativa na política americana para a guerra civil na Síria
O presidente dos EUA, Barack Obama, pediu nessa quinta-feira ao Congresso para aprovar uma ajuda financeira de US$ 500 milhões destinada a "treinar e equipar" os rebeldes sírios que combatem tanto o presidente Bashar al-Assad como o grupo extremista sunita Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL).
Os recursos ajudarão os sírios a se defender, a estabilizar as áreas sob controle da oposição, a facilitar a prestação de serviços essenciais, a combater as ameaças terroristas e a promover as condições para uma solução negociada, argumentou o governo americano, demonstrando preocupação com a influência dos extremistas do EIIL na Síria e no vizinho Iraque.
Obama sempre relutou em apoiar os rebeldes sírios com armas, temendo que estas pudessem cair nas mãos de extremistas. Para críticos, a relutância do líder americano abriu espaço para grupos extremistas, como o EIIL.
Oficialmente, o apoio dos EUA aos rebeldes sírios foi limitado logo no início do conflito, em março de 2011: 287 milhões de dólares em material não letal. Entretanto, a CIA participou de um programa secreto de treinamento militar dos rebeldes moderados na Jordânia.
Os US$ 500 milhões pedidos agora por Obama fazem parte de um pacote de US$ 1,5 bilhão dedicado a uma "iniciativa de estabilização regional" para ajudar a oposição a Damasco e os vizinhos da Síria – Jordânia, Líbano, Turquia e Iraque – a lidarem com as consequências da guerra civil síria nos seus territórios.
O US$ 1 bilhão restante destina-se aos países vizinhos, para fortalecerem a segurança interna, as fronteiras e a capacidade de receberem refugiados sírios.
O presidente americano anunciou a decisão num discurso na Academia Militar de West Point, no qual também revelou a criação de um fundo de US$ 5 bilhões para financiar a luta contra o terrorismo.
Entenda os conflitos na Síria: Confrontos começaram em março de 2011, se transformaram em guerra civil e já fizeram milhares de mortos e outros milhões de refugiados