Obama telefona para ativista gay após decisão da Suprema Corte
Suprema Corte dos EUA derrubou a lei que considerava o casamento como uma união entre um homem e uma mulher
Logo após a Suprema Corte dos Estados Unidos anunciar que considerava inconstitucional a 'Defense of Marriage Act' (DOMA, Lei de Defesa do Casamento), que definia o casamento como união entre um homem e uma mulher, o presidente Barack Obama ligou para a ativista que entrou na Justiça para que a lei fosse derrubada.
"Alô, quem está falando? Barack Obama? Eu gostaria de agradecê-lo. Eu acho que você vir em nossa defesa fez uma grande diferença ao redor do país", disse, Edith Windsor ao presidente, segundo o site da revista New Yorker, que não informou o que Obama disse a ela.
Edith Windsor entrou na justiça com a alegação de que a DOMA era discriminatória. Após a morte de sua companheira, ela foi taxada em mais de US$ 360 mil pelo imóvel herdado após a morte de Thea Spyer.
De acordo com Pete Souza, fotógrafo oficial da Casa Branca, Obama fez a ligação a bordo do avião presidencial Air Force One - ele está a caminho da África. Souza divulgou a imagem do presidente americano durante a ligação em sua conta no Twitter.
O presidente Barack Obama também utilizou a sua conta oficial no Twitter para comemorar a decisão da Suprema Corte. "A decisão de hoje sobre a DOMA é passo histórico", disse o líder.
Today's DOMA ruling is a historic step forward for #MarriageEquality. #LoveIsLove
— Barack Obama (@BarackObama) June 26, 2013
Obama também divulgou um comunicado afirmando que a lei sobre o casamento de 1996 "era discriminação transformada em legislação". "Essa lei tratava os casais gays e lésbicas que se amam e se comprometem como uma classe diferente e inferior de gente. A Suprema Corte corrigiu esse erro e nosso país é melhor por isso", declarou Obama.
A DOMA negava aos casais do mesmo sexo nos Estados Unidos os mesmos direitos e benefícios garantidos aos casais heterossexuais. "DOMA é inconstitucional como a privação da liberdade igualitária das pessoas, que é protegida pela Quinta Emenda da Constituição", decidiu a Corte nesta quarta-feira em uma votação com o placar de 5 a 4.
"Esta decisão é uma vitória para os casais que lutaram durante tanto tempo por um tratamento equitativo sob a lei, para as crianças que verão o casamento de seus pais ser reconhecido como legítimo, para as famílias que, finalmente, alcançarão o respeito e a proteção que merecem, e para os amigos e simpatizantes que não desejavam nada mais do que ver como se trata de forma justa seus entes queridos e como seu país muda para melhor", acrescentou Obama.
Obama assegurou que já encarregou o Departamento de Justiça a liderar o processo para "revisar todos os estatutos federais relevantes" a fim de assegurar que a decisão sobre a Doma "se implemente rápida e adequadamente".
O presidente destacou além disso que, em um assunto "tão delicado" como este, "manter o compromisso de nosso país com a liberdade religiosa também é vital". "A forma como as instituições religiosas definem e consagram o casamento sempre correspondeu a essas instituições, e não há nada nesta decisão, que se aplica só aos casamentos civis, que vai mudar isso", explicou o líder.
"As leis de nosso país estão se ajustando à verdade fundamental que milhões de americanos temos em nosso coração: que quando todos os americanos são tratados como iguais, sem importar quem sejam ou a quem amam, todos somos mais livres", disse Obama.
Com informações da agência EFE