Obama vetará lei de Defesa para mudar presos de Guantánamo
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ameaçou nesta quarta-feira vetar a lei de Defesa deste ano, a que determina o orçamento do Pentágono, se esta incluir restrições às mudanças de presos de Guantánamo que impossibilitem o fechamento da prisão.
"Este tem que ser o ano em que o Congresso vai eliminar as restrições que ainda faltam e para permitir o fechamento do centro de detenção da baía de Guantánamo. Mas se a lei de Defesa deste ano mantiver essas restrições injustificadas, o presidente vetará a lei", advertiu o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, em comunicado.
Após 12 anos em operação, a prisão de Guantánamo, pensada durante o governo de George W. Bush para servir como local de interrogatório e detenção dos suspeitos de colaboração com a organização terrorista Al Qaeda após os atentados de 11/9, ainda mantém 155 presos, a maioria dos quais já receberam o sinal verde para serem transferidos.
Carney pediu que a Câmara dos Representantes aprovasse uma emenda do legislador Adam Smith que põe fim às restrições para a mudança de presos e corta os fundos destinados à prisão a partir do próximo ano. "Pedimos que a Câmara aprove esta emenda e acabe com o prejuízo à segurança nacional provocado pela manutenção de Guantánamo, em Cuba", assinalou Carney.
O fechamento de Guantánamo foi uma das promessas das duas campanhas eleitorais de Obama, mas seu desejo foi barrado pelas restrições incluídas pelos legisladores nas leis orçamentárias de defesa que proíbem a mudança dos presos para centros dentro do território americano. "Cerca de US$ 1 bilhão por ano é um preço inaceitável para financiar um centro que abusa de nossos recursos, gera atritos com nossos aliados e enfraquece nossa posição em nível mundial", argumentou o porta-voz presidencial.
No ano passado, o Congresso aceitou relaxar as restrições e permitiu a mudança de presos para penitenciárias estrangeiras sob a custódia de outros países. No entanto, uma emenda similar à apresentada por Adam Smith foi rejeitada em 2013 pela Câmara dos Representantes.
O fechamento de Guantánamo é uma das principais promessas de Obama e dependerá do sucesso dos democratas nas eleições legislativas de novembro, nas quais estará em jogo o controle do Senado, para evitar o cenário de um Congresso completamente controlado pelos republicanos.