Paris e Berlim buscarão pacto com os EUA sobre serviços secretos
França e Alemanha acertaram nesta quinta-feira impulsionar daqui até o final do ano a negociação com Washington de um marco de cooperação sobre as práticas dos serviços secretos, em resposta à suposta espionagem sofrida por ambos os países.
"O objetivo desse marco será estabelecer regras para o futuro", disse o presidente francês, François Hollande, em entrevista coletiva, na qual ressaltou que "há comportamentos e práticas que não podem ser aceitas".
Segundo Hollande, a iniciativa está também aberta para os outros países europeus que queiram se unir, enquanto tentará se revitalizar o grupo criado há meses pela UE para discutir o assunto com Washington.
"Vamos fazer todo o possível para conseguir antes do fim de ano um entendimento comum sobre a cooperação dos serviços de inteligência dos Estados Unidos e Alemanha e Estados Unidos e França, respectivamente", confirmou a chanceler alemã, Angela Merkel.
Para Hollande, é imperativo conseguir "resultados" nessas conversas, pois "a confiança é essencial entre aliados". "O princípio deve ser, não se espiona, nem no futuro", assinalou Merkel, exigindo dos EUA "verdadeiras mudanças" em relação às práticas dos serviços de inteligência.
O primeiro-ministro da Itália, Enrico Letta, explicou por sua vez que os líderes da UE pactuaram uma "declaração final que se somará às conclusões do Conselho e que confirma que os europeus querem saber a verdade".