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Estados Unidos

Polícia identifica agente que matou jovem negro nos EUA

O chefe da polícia de Ferguson revelou que Darren Wilson matou jovem no sábado; caso gerou revolta em todo o país

15 ago 2014 - 11h41
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O chefe da polícia de Ferguson (foto) anunciou responsável por morte de jovem negro nesta sexta-feira
O chefe da polícia de Ferguson (foto) anunciou responsável por morte de jovem negro nesta sexta-feira
Foto: Lucas Jackson / Reuters

As autoridades americanas identificaram nesta sexta-feira o policial que atirou e matou um adolescente negro desarmado na cidade de Ferguson, no Missouri, no último fim de semana, provocando protestos e tumultos de teor racial.

O chefe de polícia de Ferguson, Thomas Jackson, declarou à imprensa que o nome do agente é Darren Wilson e que ele trabalha na força policial há seis anos.

A vítima, Michael Brown, de 18 anos, morreu em plena luz do dia de sábado, levando a depoimentos conflitantes de testemunhas e policiais sobre a causa de sua morte.

A família de Brown e outras pessoas pediram a divulgação do nome do policial, citando a necessidade de transparência em meio às tensões que se seguiram a sua morte.

Em declarações à CNN mais cedo, Jackson descreveu Wilson como "um policial fantástico".

Na véspera, o presidente Barack Obama havia pedido calma e cautela à polícia depois dos episódios de violência registrados na cidade de Ferguson em função da morte do adolescente negro.

A pequena cidade viveu na quarta-feira sua quinta noite de protestos, em um episódio que trouxe novamente à tona o sensível debate sobre racismo nos Estados Unidos.

Polícia entrou em confronto com manifestantes no estado de Missouri
Polícia entrou em confronto com manifestantes no estado de Missouri
Foto: Mario Anzuoni / Reuters

Obama considerou que a polícia tem "a responsabilidade de ser transparente" sobre o que realmente aconteceu no sábado, quando Michael foi morto por um policial. O presidente também advertiu a polícia para o "uso excessivo da força contra manifestações pacíficas", mas ressaltou que "não há justificativa" para recorrer à violência contra policiais.

Segundo a emissora CNN e outros veículos da imprensa local, policiais do Batalhão de Choque atiraram contra os manifestantes perto de um posto de combustíveis incendiado, onde o grupo havia se reunido. O confronto ocorreu na periferia dessa cidade que fica nos arredores de Saint Louis, a capital do estado.

A polícia também chegou a prender dois jornalistas - Wesley Lowery, repórter de política do jornal "The Washington Post", e Ryan Reilly, que trabalha para o "Huffington Post" -, mas ambos foram postos em liberdade sem acusações contra eles.

A medida causou mal-estar e protesto por parte da imprensa americana.

As versões sobre a morte do adolescente negro divergem.

De acordo com uma testemunha, Brown estava desarmado e caminhava pela rua quando um policial atirou nele, apesar de a vítima estar dominada, com as mãos para o alto. Já a Polícia de St. Louis, capital do Missouri, indica que Brown foi morto depois de ter agredido o policial e de ter tentado roubar sua arma.

Em função da situação, o governador do Missouri escolheu o chefe da Polícia Rodoviária Estadual, capitão Ron Johnson, de origem afro-americana, para liderar as operações em Ferguson a partir de quinta à noite. Nos Estados Unidos, a Polícia Rodoviária é de jurisdição estadual, e não federal.

Johnson é natural dessa cidade e é negro, como pelo menos 14 mil dos 20 mil habitantes locais. Já a polícia é de maioria branca.

"Cresci aqui, e essa é minha comunidade e minha casa", disse o capitão. "Significa muito, para mim, romper esse ciclo de violência e reconstruir a confiança", acrescentou.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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