Policial que matou negro pelas costas nos EUA é destituído e acusado de assassinato
Um policial da Carolina do Sul foi destituído do cargo depois de ser acusado de assassinato por atirar em um negro aparentemente desarmado pelas costas enquanto ele fugia, na morte mais recente a levar manifestantes a protestarem contra o racismo e a brutalidade policial nos Estados Unidos.
Diante das dezenas de manifestantes protestando em North Charleston contra o assassinato de Walter Scott, de 50 anos, no sábado, incidente gravado em vídeo por uma testemunha, as autoridades realizaram uma coletiva de imprensa tensa expressando revolta e pedindo calma.
“Venho rezando por paz, paz para a família e paz para esta comunidade”, disse o chefe de polícia de North Charleston, Eddie Driggers.
A morte ocorreu na manhã de sábado, depois que o policial Michael Slager, de 33 anos, que entrou na corporação em 2009, deteve Scott por causa de uma lanterna de freio quebrada, informou a polícia.
O vídeo mostra um breve atrito entre os dois antes de Scott sair correndo. Em seguida, Slager é visto fazendo pontaria com uma arma e disparando oito vezes contra as costas de Scott, que tomba de rosto na grama.
De acordo com um boletim de ocorrência, Slager disse a outros policiais que Scott tomou sua pistola de choque elétrico. Em nenhum trecho da filmagem, que não exibe o contato inicial dos dois homens, Scott parece estar armado.
Slager é visto colocando algemas na vítima deitada, e depois caminhando a um local próximo de onde abriu fogo. O vídeo então o mostra aparentemente pegando algo, voltando para junto de Scott e depositando o objeto perto de seu corpo caído.
O prefeito, Keith Summey, declarou aos repórteres que o policial Slager foi destituído, e que o restante da força policial de North Charleston será equipado com câmeras nos uniformes em breve.
Na terça-feira, Slager foi acusado de assassinato pela morte de Scott, o mais recente dos episódios de morte a tiros de negros ocorridos no último ano em cidades como Nova York, Ferguson, no Missouri, e Cleveland, em Ohio. Os incidentes desencadearam um debate sobre o uso da força letal e as relações raciais no país, atraindo até o presidente dos EUA, Barack Obama, para a discussão.
(Por Harriet McLeod)