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Presidente da agência AP acusa EUA de violar liberdade de expressão

19 out 2013 - 22h49
(atualizado às 22h49)
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A espionagem telefônica de repórteres da agência de notícias americana Associated Press (AP) em 2012 pelo Departamento de Justiça "foi uma das violações mais flagrantes da Primeira Emenda à Constituição", afirmou neste sábado o presidente da agência na Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP).

Gary Pruitt fez um duro discurso contra o governo do presidente Barack Obama, ao afirmar que seu governo "processou fontes que filtram informações como nenhum outro governo", e comparar algumas de suas práticas as de regimes autoritários.

As declarações fizeram parte de sua apresentação "Liberdade de imprensa vs. segurança nacional: a opção falsa", durante a assembleia da SIP, que acontece em Denver, no Estado americano do Colorado.

"Os casos de espionagem telefônica de jornalistas da AP em 2012 foram uma das violações mais flagrantes da Primeira Emenda à Constituição dos Estados Unidos com as quais tivemos que lidar", criticou Pruitt, assinalando que os governos que tentam forçar os cidadãos a optar entre uma imprensa livre e a segurança nacional apenas "criam um dilema falso".

O governo Obama recebeu duras críticas de legisladores e grupos de defesa dos direitos civis por suas investigações dos vazamentos, após ter confiscado gravações telefônicas de repórteres da AP.

No começo do ano, o Departamento de Justiça revelou ter espionado conversas telefônicas de repórteres da AP nos Estados Unidos a fim de identificar a origem de um vazamento que se referia a uma operação da CIA que, em 2012, abortou um plano de um braço da Al-Qaeda no Iêmen para explodir uma bomba em um avião com destino aos Estados Unidos.

"Uma imprensa livre e independente diferencia democracias de ditaduras, separa uma sociedade livre de uma tirania", disse o presidente da AP, ao afirmar que a organização que preside continuará lutando para preservar estes valores.

Pruitt foi aplaudido longamente na assembleia da SIP, da qual participam mais de 300 jornalistas, editores e diretores de veículos de comunicação.

O encontro termina na próxima terça-feira, com a divulgação de um relatório sobre a liberdade de imprensa em vários países, entre eles alguns em que a entidade considera que há "problemas sérios de liberdade de expressão", como Brasil, Argentina, Cuba, Equador, México e Venezuela.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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