Republicanos veem Obama como ameaça mais iminente que Putin, diz pesquisa
Um terço dos republicanos acredita que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, representa uma ameaça iminente para o país, superando o número de preocupados com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e com o da Síria, Bashar al-Assad.
Uma pesquisa online Reuters/Ipsos feita neste mês pediu a 2.809 norte-americanos para avaliar numa escala de 1 a 5 a ameaça que determinados países, organizações e indivíduos representam para os Estados Unidos. Na avaliação, 1 significava ausência de ameaça, e 5 ameaça iminente.
A pesquisa mostrou que 34 por cento dos republicanos identificaram Obama como uma ameaça iminente, mais do que os 25 por cento que assim classificaram Putin, acusado de agredir a Ucrânia, e mais do que os 23 por cento que deram a nota máxima para Assad. Governos ocidentais têm dito que Assad usou armas químicas contra os próprios sírios.
Dado o grau de polarização da política norte-americana, o resultado não é tão surpreendente, disse Barry Glassner, sociólogo e autor do livro "Cultura do Medo”.
“Há uma tendência de haver muita demonização da pessoa que está no cargo”, disse, acrescentando que a exploração do medo vai ser uma das principais características da campanha presidencial de 2016.
"A TV aqui e a política norte-americana exploram bastante os medos”, afirmou ele.
A pesquisa foi realizada entre 16 e 24 de março e entrevistou 1.083 democratas e 1.059 republicanos.
Entre os republicanos, 27 por cento veem o Partido Democrata como uma ameaça iminente aos Estados Unidos, enquanto 22 por cento dos democratas veem os republicanos como uma ameaça iminente.
A maior preocupação das pessoas entrevistadas era com ameaças relacionadas a ataques extremistas. Os militantes do Estado Islâmico foram classificados como uma ameaça iminente por 58 por cento. A Al Qaeda foi assim identificada por 43 por cento. O líder norte-coreano, Kim Jong-un, foi visto como ameaça por 34 por cento, e o aiatolá iraniano Ali Khamenei por 27 por cento.
Ciberataques foram classificados como uma ameaça iminente por 39 por cento do entrevistados, e o tráfico de drogas por um terço deles.
Os democratas se mostraram mais preocupados com mudanças climáticas do que os republicanos. Para 27 por cento dos republicanos tais mudança não representam ameaça alguma.