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Revelações de Snowden tornam o mundo mais perigoso, diz Cameron

25 out 2013 - 12h18
(atualizado às 12h19)
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Cameron disse estar de acordo com a declaração conjunta realizada pelos 28 sobre a proteção da privacidade
Cameron disse estar de acordo com a declaração conjunta realizada pelos 28 sobre a proteção da privacidade
Foto: AP

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, defendeu nesta sexta-feira o trabalho dos serviços de inteligência em geral e os de seu país em particular, e afirmou que as revelações do ex-técnico da CIA Edward Snowden sobre a suposta espionagem americana "tornam o mundo mais perigoso"·

Cameron se pronunciou assim ao término da cúpula europeia realizada hoje em Bruxelas, ao ser perguntado em entrevista coletiva sobre se o MI6 estava ao corrente do suposto espionagem à chanceler alemã, Angela Merkel, e a outros líderes europeus.

O primeiro-ministro do Reino Unido evitou se pronunciar sobre o trabalho dos serviços nacionais de inteligência, embora tenha afirmado que, no caso britânico, os órgãos operam "na legalidade" e "sob o controle adequado" do Parlamento nacional.

"Não comento os assuntos dos serviços de inteligência. Todos os países os têm, mas não nos pronunciamos sobre eles", disse Cameron, que acrescentou que apoiará "sempre seu trabalho e criticará os que tornarem isso público".

Nesse sentido, afirmou que as revelações feitas pelo ex-técnico da CIA sobre as atividades da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA "não ajudarão a tornar o mundo mais seguro, vão torná-lo mais perigoso".

"O que Snowden fez efetivamente e o que alguns jornais o ajudam a fazer é tornar muito mais difícil a proteção de nossos países e de nossa população", opinou o líder tory.

De acordo com Cameron, "existe muita gente no mundo que quer prejudicar nossos países", e o ex-técnico da CIA "disse para essas pessoas como evadir e evitar nossos sistemas de inteligência".

Para o primeiro-ministro do Reino Unido, os países "devem optar" entre manter sistemas de inteligência e segurança "devidamente financiados e devidamente governados e que utilizam as técnicas mais modernas para coletar informações" ou "deixar de ter estes sistemas".

Cameron disse ainda estar de "acordo" com a declaração conjunta realizada pelos 28 sobre a proteção da privacidade, e contou que no primeiro dia da cúpula europeia "houve muitas discussões" sobre o escândalo da espionagem em vários Estados-membros, mas evitou entrar em detalhes.

No entanto, acrescentou que os serviços de inteligência "são responsabilidade nacional" e não entram nas competências da UE.

O primeiro-ministro também ressaltou que "nenhum Estado-membro quer um arranhão nas relações com os EUA", e apoiou a "posição conjunta" de Merkel e de seu colega francês, François Hollande, sobre o tema.

Cameron se mostrou satisfeito com as conclusões da cúpula destinadas a reforçar o mercado único digital, embora também tenha dito que "será preciso trabalhar muito" para ter uma "direção apropriada" sobre proteção de dados no ano que vem sem que isso "represente um peso para as empresas".

EFE   
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