Romney critica falta de ação de Obama na política externa
Em um discurso voltado para a política externa, o candidato republicano Mitt Romney voltou a atacar aquilo que vem considerando desde o início de sua campanha ser a falta de ação de Barack Obama. Falando a eleitores em Lexington, no Estado do Virgínia, Romney repassou sua visão e suas críticas para os principais temas da agenda internacional, entre os quais a crise na Síria, a questão nuclear iraniana e as negociações de paz entre israelenses e palestinos.
"O presidente fracassou ao assumir a liderança na Síria, onde mais de 30 mil homens, mulheres e crianças foram massacrados pelo regime de (Bashar) al-Assad nestes últimos 20 meses", atacou. A crítica à postura da Casa Branca na guerra civil síria é uma constante da campanha de Romney, que defende uma ação mais incisiva, se não unilateralmente intervencionista, no país que passa por um complexo conflito desde março do ano passado.
O candidato do Grand Old Party também repetiu suas críticas às relações cultivadas entre Obama e Israel, historicamente o principal aliado de Washington no Oriente Médio. "As relações entre o presidente dos EUA e o primeiro-ministro israelense, nosso aliado mais próximo na região, registraram fortes tensões. (...) É uma situação perigosa que reduziu a esperança de paz no Oriente Médio e encorajou nossos adversários comuns, em particular o Irã", acusou.
Segundo ele, o Irã "nunca ficou tão perto de possuir armas nucleares. Nunca representou um perigo tão grande para nossos amigos, nossos aliados, e para nós mesmos. E nunca agiu com tão pouco dissuadido pelos Estados Unidos". Romney acrescentou: "E mesmo quando milhões de iranianos saíram às ruas, em junho de 2009, para pedir para serem libertados de um regime cruel que ameaça o mundo inteiro, enquanto gritavam 'Vocês estão conosco? Vocês estão com eles?', o presidente americano ficou em silêncio".
Romney também falou sobre a Rússia, tópico de especial interesse de seu discurso sobre política externa. "Eu instalarei defesas antimísseis eficazes para nos proteger das ameaças. E em relação a isso, não haverá flexibilidade alguma com Vladimir Putin", declarou. Obama declarara em abril ao presidente russo na época, Dmitri Medvedev, que haveria "mais flexibilidade" neste tema se ele fosse reeleito em 6 de novembro.
O candidato republicano também prometeu mandar construir quinze embarcações, entras elas três submarinos, para "devolver à Marinha americana o porte necessário para suas missões". Romney ainda pretende pedir aos aliados da Otan que honrem seus compromissos dedicando 2% do Produto Interior Bruto (PIB) a despesas de segurança. De acordo com ele, apenas dois dos 28 países membros da aliança respeitam este compromisso.