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Estados Unidos

Ryan leva campanha republicana às raízes e gera incerteza

17 ago 2012 - 12h32
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No dia 11 de agosto, Mitt Romney encerrou a grande expectativa em torno de seu candidato a vice presidente ao anunciar o nome de Paul Ryan. A escolha foi resultado da pressão de alas conservadoras do Partido Republicano e fortalece o foco econômico debate da campanha presidencial norte-americana.

A escolha de Ryan pode atrair o eleitorado mais tradicional, mas suas propostas radicais sobre o orçamento geram incerteza na campanha republicana
A escolha de Ryan pode atrair o eleitorado mais tradicional, mas suas propostas radicais sobre o orçamento geram incerteza na campanha republicana
Foto: AFP

Hoje com 42 anos, Paul Ryan é conhecido do eleitorado norte-americano. Eleito com 28 anos para o Congresso, o republicano natural de Wisconsin acrescenta vivência e experiência políticas a Romney, 65 anos, ex-governador do Massachusetts e empresário privado de longa data.

O principal símbolo da escolha de Ryan é o projeto de corte de gastos defendido pelo congressista em março de 2012. Trata-se de um plano que cortaria os gastos na ordem de US$ 5 trilhões na próxima década. O projeto, embora de difícil aprovação, consolida o rumo do projeto político de Romney: redução dos gastos governamentais, bandeira tradicional dos republicanos.

"Ele e eu compartilhamos um compromisso. Nós vamos restaurar a grandeza deste país", disse Ryan sobre a dupla, fazendo ecoar o discurso de campanha de Romney quando convocou os Estados Unidos a liderarem o mundo.

As primeiras sondagens feitas depois da nomeação de Ryan não indicam uma animação sólida dos republicanos. Seu perfil e seu histórico são uma aposta audaciosa: de um lado, como é a expectativa, devem convencer o eleitorado mais tradicional de que Romney tem o projeto correto para recolocar os Estados Unidos no eixo que acreditam ser o correto. Isso aproximaria Romney das alas mais conservadoras, das quais está afastado.

Por outro lado, a figura de Ryan pode fazer com que os leitores indecisos descartem o nome de Romney no 6 de novembro e se convençam que o governo de Obama, ainda que com certos relativos fracassos - como a ainda alta taxa de desemprego - é o que de melhor oferecem os dois grandes partidos americanos.

Em 2008, John McCain abraçou Sarah Palin para aquecer sua campanha. A entrada da representando do conservador Tea Party na contenda atiçou os números iniciais, mas em pouco tempo suas gafes minaram o centrado McCain, abrindo espaço para uma vitória tranquila, ainda que não folgada, de Obama.

Neste ano, quem tem protagonizado as gafes é o próprio Romney, que errou inclusive ao anunciar Ryan não como o vice, mas o próximo presidente dos Estados Unidos. A longa experiência política de Ryan pode guiar a campanha de Romney, mas resta saber se será aglutinadora o suficiente para vencer o democrata, cujos números, ao poucos, vão melhorando.

Fonte: Terra
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